Mil e quinhentos trabalhadores fazem coreografia em Brasília; Confira vídeos da abertura do Congresso
Escrito por: Conceição Oliveira - CUT
Na última segunda-feira (10), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou seu 6º Congresso Nacional com o tema "Lutar e Construir Reforma Agrária Popular", em comemoração aos 30 anos de luta do movimento. Quinze mil pessoas se reúnem desde a manhã até a noite realizando inúmeras atividades, e um mar de barracas - que lembram as ocupações dos latifúndios improdutivos no Brasil - ocupam o entorno do Ginásio Nilson Nelson, em Brasília.
Todos os participantes trabalham para o funcionamento deste mega congresso: jovens se dividem em Comissão de Audiovisual, Imprensa, fazem a segurança. Mulheres e homens cozinham para este batalhão de pessoas. Uma enfermaria atende crianças e qualquer participante que precise de ajuda.
Terminadas as plenárias, uma impressionante quantidade de jovens ensaiam as místicas que serão apresentadas no dia seguinte.
Abertura
O MST luta e festeja coletivamente os 30 anos de sua bonita e significativa trajetória e, assim, nada na cerimônia de abertura foi gratuito. Cada gesto, cada adereço tinha uma intencionalidade para informar o que é o MST. O grande painel que decora o Ginásio Nilson Nelson, por exemplo, pintado pela juventude do MST, representa a diversidade etnicorracial da luta camponesa, faz a crítica ao agronegócio, à contaminação da terra pelos agrotóxicos e defende a agroecologia.
Delegados de 23 estados brasileiros e 200 convidados internacionais, com forte presença de delegações da América latina, puderam ver na abertura do Congresso 1500 militantes do MST teatralizando, nas famosas místicas do movimento, a História do MST. A cada representação os atores militantes, com graça, força e leveza, ensinaram e reafirmaram os princípios que regem a luta pela terra.
Um grande livro, cujas páginas, para serem viradas, precisavam do esforço coletivo, servia para marcar cada um dos cinco atos da mística que sintetizaram de maneira didática a história do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.
E que luta é essa? Ela é forjada por homens e mulheres em busca de terra para sobreviver. A coreografia, formada por corpos deitados ao chão, desenhava o símbolo feminino e masculino. Ela é forjada por negros, brancos, indígenas e o MST reafirma esta solidariedade em seus documentos, suas plenárias e suas místicas: somos solidários aos quilombolas, aos povos indígenas, à classe trabalhadora urbana.