Manifestação reúne trabalhadores da Ford, Mercedes e Volks e bloqueia pista sentido litoral
por ABCD Maior
São Bernardo – Os metalúrgicos do ABCD interditam na manhã desta segunda-feira (12) a pista local da Anchieta, sentido litoral, na região de São Bernardo. O objetivo é protestar contra as 800 demissões que ocorrem neste mês na Volkswagen. Cada uma das empresas saiu de um ponto e até às 8h, os funcionários da Ford e da Mercedes já haviam se encontrado na via e se encaminham para o Centro de Formação dos Profissionais da Educação de São Bernardo (Cenforpe), onde encontrarão os trabalhadores da Volks. As concentrações ocorreram em cada uma das empresas desde às 5h30.
Por conta da manifestação, os acessos às alças do Extra Anchieta e da avenida Lions, no Bairro Pauliceia, em São Bernardo, estão interditadas. O trânsito na região é complicado, mas agentes de trânsito auxiliam os veículos na região. A única opção aos motoristas é o acesso à pista expressa da Anchieta. Ainda não há uma estimativa de quantos trabalhadores ocupam a via.
Apesar disso, o clima do protesto é tranquilo, pacífico e conta com o apoio de muitas famílias, inclusive de crianças. O funileiro Peris de Souza Neves, 53 anos, trabalha há 24 anos na Volks e recebeu a carta de demissão na semana passada. “Eu ia dar entrada na minha aposentadoria neste mês. Agora não sei como vai ser e não sei o que fazer”, desabafou.
Já o soldador Dimas Alves da Silva, 47 anos, trabalha há 20 na Volks e apesar de não estar entre os demitidos, optou em participar da manifestação, em solidariedade aos amigos. “Não sabemos o dia de amanhã. Vai saber se da próxima vez, não será a minha vez?”, questionou.
O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho, está na caminhada dos trabalhadores da Volks e garantiu que a Prefeitura está à disposição para auxiliar nos diálogos entre Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, empresas e governos estadual e federal. “Este ano vai ser um marco para o setor automobilístico, porque o empresariado vai precisar assumir a responsabilidade com os ajustes sem demissões. Isso porque a economia depende do consumo desses trabalhadores que, por sua vez, depende dos seus empregos”, analisou.
* Informações de Iara Voros e Michelly Cyrillo