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10 de Fevereiro de 2015 às 12:07

10/02/2014 - Conselheiro eleito de administração quer manter Caixa 100% pública


Crédito: Seec Pernambuco
Fernando Neiva (sentado, de camisa clara) participa de seminário no Recife

A importância da manutenção da Caixa 100% pública é tema de seminário organizado pelo Sindicato dos Bancários de Pernambuco nesta terça-feira, dia 10, às 19h, na sede da entidade, no Recife. Participarão do evento os representantes dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, Fernando Neiva e Maria Rita Serrano; a economista e socióloga Tania Bacelar; e a deputada estadual Teresa Leitão.

Em dezembro de 2014, o governo federal divulgou a intenção de abrir o capital da Caixa, que é o único banco 100% público do país. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem declarado que a mudança deve ocorrer até o final deste ano.

Ciente dos enormes prejuízos que a abertura do capital da Caixa trariam aos empregados do banco e a toda sociedade brasileira, o movimento sindical tem organizado ampla mobilização em defesa da Caixa 100% pública.

Em conversa com jornalistas do Sindicato, Fernando Neiva falou sobre a importância do seminário e destacou alguns pontos dessa discussão.

Veja as principais respostas do conselheiro eleito:

Trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa

É muito importante que os empregados da Caixa conheçam o Conselho da Administração, que é o órgão máximo do banco, onde são estabelecidas as principais diretrizes da instituição. Em 2013, fui eleito o primeiro representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Caixa, que possui sete membros. 

E, em 2014, tomei posse, junto com Maria Rita Serrano [suplente do cargo], para o um mandato de três anos. Queremos democratizar esse espaço, dialogar com todos os empregados da Caixa. Em 154 anos de Caixa, essa é a primeira vez que os trabalhadores têm voz ativa no Conselho.

Caixa, hoje

A Caixa é o terceiro maior banco em ativos, no Brasil, com R$ 1,64 trilhão. O lucro dela, em 2014, foi de R$ 7,1 bilhões. E é o maior banco em rede de atendimento do país: são mais de 4,2 mil agências, 68 mil postos de atendimento e 100 mil empregados.

Motivo para abrir o capital da Caixa

O governo tem alegado que precisa equilibrar as contas, equacionando o superávit primário, mas esse argumento é absolutamente incoerente. O próprio governo afirma que conseguirá, com a abertura do capital da Caixa, R$ 20 bilhões. Esse montante é insuficiente para sanar o problema do desequilíbrio das contas. Em contrapartida, representa perda enorme para o patrimônio do povo brasileiro.

Importância da Caixa

A Caixa é uma empresa pública essencial para o desenvolvimento socioeconômico do Brasil. Em 2008, tivemos a prova disso. Junto com BB, BNB e BNDES, a Caixa foi uma das responsáveis por tirar o Brasil da crise econômica mundial. Enquanto os bancos privados recuavam, a Caixa fortalecia as políticas sociais e concedia crédito à população. É, também, a responsável pelo gerenciamento do FGTS, pelo pagamento do Bolsa Família, pela política habitacional, pelos depósitos judiciais, pelas loterias...

E se o capital da Caixa for aberto?

Os acionistas minoritários vão querer lucro e, certamente, não estarão preocupados com as políticas sociais. Abrir o capital é primeiro passo para a privatização.

O que fazer?

Discutir, mobilizar e pressionar a presidenta Dilma para que ela volte atrás e mantenha a Caixa 100% pública. Por isso, estamos fazendo seminários, em todo o país, discutindo o tema, conscientizado e mobilizando os bancários e os demais trabalhadores.


Fonte: Seec Pernambuco

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