O salário mínimo deveria ter sido de R$ 2.765,44 em dezembro para suprir as necessidades básicas do trabalhador brasileiro e de sua família, estima o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base nos números da Pesquisa Nacional da Cesta Básica em 18 capitais de estados, divulgada nesta quinta-feira (9).
A instituição leva em conta o custo apurado para a cesta básica mais cara no período, a de Porto Alegre, de R$ 329,18, e o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Pelas contas do Dieese, o menor salário deveria ser 4,08 vezes o valor do mínimo vigente em dezembro, de R$ 678.
Já em dezembro de 2012, o valor necessário para atender às despesas de uma família foi de R$ 2.561,47, ou 4,12 vezes o mínimo vigente no período, de R$ 622.
Tempo de trabalho
A jornada de trabalho necessária para comprar os alimentos essenciais por um trabalhador que ganhava o salário mínimo em dezembro, na média das capitais, subiu para 94 horas e 47 minutos. Em novembro, o tempo médio de trabalho era de 93 horas e 25 minutos e, em dezembro de 2012, de 94 horas e 23 minutos.
O Dieese fez a comparação do custo da cesta com o salário mínimo líquido, após o desconto da Previdência Social, e apurou que o trabalhador remunerado pelo piso comprometeu em dezembro 46,83% dos vencimentos para comprar os mesmos produtos que, em novembro, comprometiam 46,16%. Em dezembro de 2012, o comprometimento era de 46,64%.
Fonte: Contraf-CUT com Dieese