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7 de Agosto de 2014 às 23:00

08/08/2014 - Dilma diz que tem lado e que verdade vencerá ‘pessimismo e desinfomação’


Presidenta e candidata à reeleição diz ao lado de Lula que representa projeto que deu 'presente e futuro' ao país. 'Fizemos o que eles não souberam fazer', afirmou, ao receber apoio de sindicalistas

por Vitor Nuzzi, da RBA 

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff voltou a enfatizar as políticas sociais implementadas nos últimos 12 anos, incluídas as duas gestões de Lula, para demarcar diferenças em relação às candidaturas dos principais adversários, em especial a de Aécio Neves (PSDB). Em discurso para milhares de sindicalistas e militantes no ginásio da Portuguesa, zona norte de São Paulo, na noite de hoje (7), a candidata do PT disse que representa a continuidade de um projeto "que deu ao Brasil presente e futuro". E identificou o tucano com o passado.

"Esse projeto mostrou que era possível, sim, desenvolver o país e ao mesmo tempo distribuir renda. Nós soubemos fazer o que eles não souberam. Eles quebraram três vezes o país", afirmou, referindo-se a idas do Brasil ao Fundo Monetário Internacional (FMI). "Levaram o Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial", acrescentou.

A exemplo do que enfatizou na plenária da CUT realizada na semana passada, Dilma disse que não foi eleita nem será reeleita para reduzir empregos, direitos e salários. "Garantimos que o Brasil jamais jogaria outra vez nas costas dos trabalhadores qualquer problema econômico que tivesse de enfrentar."

Ao citar bordões das campanhas vitoriosas de 2002, 2006 e 2010, ela criou um novo slogan para este ano. "A verdade vai vencer o pessimismo, as falsidades e a desinformação", afirmou, para logo em seguida receber de representantes de seis centrais sindicais um documento de apoio e de reivindicações.

Primeiro orador da noite, o presidente da CSB, Antônio Neto, fez referência a "ataques" ao governo e a direitos trabalhistas. E afirmou que existem "muitos Lacerdas reverberando por aí", em referência ao político Carlos Lacerda, que conspirou contra os governos Getúlio Vargas e João Goulart, nos anos 1950 e 1960. Neto, destacou sua condição de membro do diretório nacional do PMDB (do vice de Dilma, Michel Temer) e disse não ver em outros candidatos "condição moral e pessoal" de dar continuidade às atuais políticas.

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o apoio a Dilma representa uma "opção de classe". "Não se trata de gostar do PT, do PSDB, do PSB. Eles (Aécio Neves e Eduardo Campos) são os candidatos do patrão",  afirmou. Ele define a opção eleitoral entre Dilma e "aqueles que queriam arrebentar a classe trabalhadora".

Freitas diz não ter dúvida de que a eleição de Aécio ou de Campos representaria o fim da política de aumentos sistemáticos do salário mínimo – hipótese negada pelos candidatos. "Eles vão jogar fora essa política." Em seu discurso, Dilma também fez menção ao tema, criticando o PSDB, sem mencionar a sigla. "Sabem qual é a medida impopular a que eles se referem? É acabar com a política de valorização do salário mínimo." Segundo a presidenta, a candidatura adversária também representa ameaça a conquistas trabalhistas. "Eles querem modificar a CLT para tirar direitos. Eu me orgulho de ter mudado a CLT para criar direitos", afirmou.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, enfatizou a importância da influência dos trabalhadores no próximo governo. "Não podemos deixar de lado que o governo é uma composição de partidos e de interesses", observou. O deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (Solidariedade), presidente licenciado da Força, apóia Aécio. Mas muitos dirigentes da central manifestaram apoio a Dilma, casos de Juruna, Sérgio Luiz Leite (Federação dos Químicos de São Paulo), Jorge Nazareno (Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco) e José Pereira dos Santos (Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos). Ex-presidente da Força e atual superintendente do Trabalho e Emprego de São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros também esteve presente ao ato no ginásio da Portuguesa.

"Eles (sindicalistas) às vezes são chatos, às vezes falam mal da gente, reivindicam coisas que a gente não pode atender", brincou Lula. "Às vezes são duros quando a gente precisava de um pouco de carinho. Eles podem contestar alguma coisa que a gente fizer, mas os primeiros a defender o governo são essa gente aqui", acrescentou, apontando para a plateia. "Eles sabem como eram tratados neste país, historicamente, antes de a gente chegar no governo. Os presidentes almoçavam com banqueiros, tomavam café da manhã com empresᄀrios e café da tarde com fazendeiros. Nunca tinha agenda para os trabalhadores."


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