Funcionários recebem ligações a qualquer hora para verificar arrombamentos e depredação de agências
São Paulo – O Bradesco está obrigando gerentes administrativos e gerentes-gerais a praticamente fazer papel de polícia na monitoração de danos ao patrimônio causados por arrombamentos, fraudes em máquinas do autoatendimento ou explosões em agências. O departamento de segurança da instituição está ligando para esses funcionários, a qualquer hora e em qualquer dia da semana, a fim de que deixem suas casas e se dirijam às unidades para relatar problemas.
O Sindicato dos Bancários de São Paulo é contra a prática e informou o setor de relações sindicais do Bradesco na sexta 1º de agosto. “Até agora, a instituição não apresentou uma resposta, mas estamos aguardando uma solução”, afirma dirigente sindical Marcos Antônio do Amaral, o Marquinhos.
“A situação é absurda. O banco liga várias vezes fora do expediente, não importa a hora e o dia, obrigando os trabalhadores a largarem a família e seus afazeres para averiguar depredação ou golpes na biometria dos caixas eletrônicos dos BDNs (Bradesco Dia e Noite), em vez de enviar seguranças treinados ou a polícia. Estão confundindo bancários com policiais”, explica Marquinhos.
Os riscos envolvidos na averiguação são muitos e vão desde enfrentamento direto com criminosos a sequestros, já que os bancários ficam com a chave das unidades.
De acordo com o dirigente, a prática tem sido mais frequente com o aumento de violações de máquinas do autoatendimento: “Se o bancário mora em Guaianases e trabalha no Centro, vai levar duas horas para ir e voltar da ocorrência, sem receber hora extra ou adicional de insalubridade. Isso tem de acabar”, aponta.
Mariana Castro Alves - Seeb/São Paulo