Associated Press
O HSBC, um dos maiores bancos do mundo, advertiu que o crescimento frágil da economia global e as crescentes tensões geopolíticas vão impedi-lo de assumir maiores riscos de investimento.
Em seu relatório de resultados, o HSBC informou que seu lucro líquido caiu 5,4%, para US$ 9,46 bilhões, no primeiro semestre do ano. O banco, que obtém cerca de dois terços do seu lucro na Ásia e é observado de perto como um termômetro do crescimento na região, viu seu lucro antes do pagamento de impostos baixar 15%.
Os ganhos com a atividade de banco de investimento diminuíram globalmente em 12%, para pouco mais de US$ 5 bilhões.
O presidente da instituição, Douglas Flint, disse que as economias do mundo ainda estão se recuperando da crise econômica de 2008, e, portanto, ainda não é hora de arriscar.
"Em uma época de preocupações residuais sobre a sustentabilidade do crescimento econômico em muitos mercados importantes, e com as tensões geopolíticas, a diretoria apoia a visão da gerência que este não é o momento de elevar o apetite por risco para compensar o efeito das receitas mais baixas."
O HSBC, que tem operações em 74 países e territórios, também disse estar sendo desafiado pela crescente regulamentação e pelos custos de implementação das novas regras. Obrigações recentes incluem a execução de "vários testes de estresse muito fragmentados" que não são padronizados entre as principais jurisdições e, por isso, exigem retrabalho.
"As exigências colocadas agora sobre o capital humano da empresa e sobre nossas capacidades de sistemas operacionais não têm precedentes", disse Flint.
O banco disse ver o efeito do corte de custos implementado quando Stuart Gulliver assumiu o cargo de executivo-chefe, em 2011. Ele cortou dezenas de milhares de empregos e eliminou mais de 60 negócios não estratégicos.
Gulliver afirmou que o banco está mais forte agora e tem uma plataforma sólida para crescer. Acrescentou que o Reino Unido deve manter uma recuperação firme.
"Há indícios de que as taxas de juros podem começar a subir já no quarto trimestre de 2014 no Reino Unido e no primeiro semestre de 2015 nos EUA", disse ele em um comunicado. "Dado o tamanho do nosso superávit comercial, isso tem implicações positivas para a nossa receita."
Fonte: Valor Econômico