Há um ano, quando se iniciou o ciclo de altas, taxa básica estava em 7,25%, no menor nível histórico. Desde então, acumula elevação de 3,75 pontos percentuais. Contraf diz que BC cedeu ao 'terrorismo'
Por Redação RBA
São Paulo – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a confirmar as expectativas dos chamados analistas de mercado e aumentou em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, a Selic, pela nona vez seguida. A taxa foi a 11% ao ano, no maior nível desde outubro de 2011 (11,50%). A decisão foi tomada na noite de hoje (2), no encerramento da terceira reunião do comitê em 2014.
A nota emitida pelo Banco Central diz que a decisão foi tomada por unanimidade. "O Comitê irá monitorar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária", diz o comunicado, sem dar indicações sobre a possibilidade de nova elevação.
Há um ano, quando se iniciou o ciclo de altas, a taxa básica estava em 7,25%, no menor nível histórico. Desde então, acumula elevação de 3,75 pontos percentuais.
Em nota, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) acusou o Banco Central de ceder ao "terrorismo do mercado". Quanto mais alta a taxa de juros, mais ganham os investidores de títulos públicos que têm a remuneração fixada pela Selic. De outro lado, o governo tem de gastar mais nesta seara e perde recursos para investimentos produtivos.
“Essa nova e descabida elevação da Selic somente favorece o apetite insaciável do mercado financeiro e vai encarecer a produção e o consumo, dificultando o crescimento econômico do país e freando a política de geração de empregos, melhoria dos salários dos trabalhadores e a distribuição de renda”, disse Cordeiro.
Também em nota, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) afirmou não encontrar motivos para justificar mais uma elevação e acusou o governo federal de não ter uma política de longo prazo para o desenvolvimento do país. “A economia segue em marcha lenta, e nova alta de juros só servirá para retardar ainda mais a retomada, com o agravante de que os juros estão subindo e as expectativas de inflação não caem.”