Os bancos, como em anos anteriores, tentam toda a forma de coação contra bancários e artimanhas jurídicas, como interditos proibitórios, para tentar impedir o legítimo direito de greve dos trabalhadores. Até policiais militares têm sido chamados pelos banqueiros para tentar impor a abertura de agências e unidades cujos funcionários aderiram à greve.
As ações ilegais dos bancos não impediram o crescimento do movimento no Rio e em todo o país. Na capital fluminense, ontem (1º de outubro), 562 agências não funcionaram (contra 549, na segunda-feira), além de sete prédios: Sedan e Andaraí (BB), Prédio da Rio Branco com Presidente Vargas, Call Center, em São Cristóvão, e Administrativo da Pio X (Santander), Barrosão (Caixa) e Corporate Pio X (Bradesco) . Já são 19.110 bancários em greve.
Para que polícia?
O presidente do Sindicato dos Bancários do Rio, Almir Aguiar, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores do Rio de Janeiro (CUT-RJ), Darby Igayara, se reuniram ontem (1º de outubro) com o comandante da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ), coronel Luis Castro, para cobrar o fim do uso de policiais militares pelos bancos para coibir a greve da categoria. A PM tem sido chamada para obrigar grevistas a permitir a abertura da agência, num evidente atentado ao direito de greve.
"Nossa greve é pacífica e ordeira e nunca ameaçou o patrimônio físico dos bancos. Nada justifica a ação de policiais para tentar obrigar a abertura de agências, em mais uma forma de pressão ilegal dos banqueiros contra os bancários que apoiam o movimento", disse Almir.
Confusão no Corporate
Ontem, mais uma vez, o Bradesco chamou policiais militares para coibir grevistas no Corporate, da Pio X, no Centro. Os PMs tentaram obrigar a abertura da unidade. Houve confusão, mas o Sindicato conseguiu garantir o direito dos bancários de manter a greve.
"A polícia não tem papel de Oficial de Justiça. Além disso, o próprio uso de interditos proibitórios contra a greve é uma artimanha jurídica que o Sindicato tem conseguido derrubar na Justiça", destaca Almir.
Fonte: Seeb/Rio de Janeiro