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2 de Outubro de 2013 às 00:31

02/10/2013 - Bancos são multados em R$ 6,526 milhões por falhas na segurança



Crédito: Guina - Contraf-CUT
Guina - Contraf-CUT 98ª reunião da CCASP ocorreu na Polícia Federal, em Brasília

A Polícia Federal (PF) multou nesta terça-feira (1º) 15 bancos em R$ 6,526 milhões por falhas na segurança de agências e postos de atendimento bancário, durante a 98ª reunião da Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP), em Brasília. O campeão foi o Bradesco, com multas de R$ 2,363 milhões, seguido do Banco do Brasil com R$ 1,646 milhão, do Itaú com R$ 1,080 milhão e do Santander com R$ 748 mil.

Estiveram em pauta 585 processos, abertos quase todos ainda em 2010, contra bancos pelas delegacias estaduais de segurança privada (Delesp), por causa do descumprimento da lei federal nº 7.102/83 e de normas de segurança. As principais irregularidades foram redução do número de vigilantes, alarmes inoperantes, transporte ilegal de valores, planos de segurança não renovados e cerceamento da fiscalização de policiais federais, dentre outros itens.

Uma mesma agência do Bradesco no Acre, que obrigou bancários a fazer transportar dinheiro em carro particular ou de táxi, foi punida em 111 processos, totalizando multas de R$ 1,574 milhão. Várias agências do Itaú foram multadas em função da falta de segurança durante as reformas no processo de fusão com o Unibanco. Uma agência do Santander no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, foi interditada por sido inaugurada sem aprovação do plano de segurança.

Veja o montante de multas por banco:

Bradesco - R$ 2.363.332,32
Banco do Brasil - R$ 1.646.802,80
Itaú - R$ 1.080.036,60
Santander - R$ 748.929,38
Caixa - R$ 308.043,96
HSBC - R$ 156.056,88
Banrisul - R$ 42.564,25
Banestes - R$ 31.923,19
Banco da Amazônia - R$ 31.923,19
Mercantil do Brasil - R$ 31.921,06
Safra - R$ 31.920,00
Banco do Nordeste - R$ 21.282,12
Sofisa - R$ 10.641,06
Cruzeiro do Sul - R$ 10.641,06
Banco Triângulo - R$ 10.641,06

Total - R$ 6.526.658,93

A CCASP é integrada por representantes do governo e entidades dos trabalhadores e dos empresários. A Contraf-CUT é a porta-voz dos bancários e a CNTV, dos vigilantes. A Febraban representa os bancos. A reunião foi presidida pela delegada Silvana Helena Vieira Borges, titular da Coordenadoria-Geral de Controle de Segurança Privada (CGCSP).

Foi a terceira reunião da CCASP em 2013, com o julgamento dos últimos processos em papel e dos primeiros eletrônicos. Houve também aplicação de multas e penalidades contra empresas de segurança, vigilância, transporte de valores e cursos de formação de vigilantes.

"Essas multas comprovam que os bancos continuam tratando com irresponsabilidade a segurança dos estabelecimentos", critica Ademir Wiederkehr, representante da Contraf-CUT na CCASP. "O que se percebe é que eles buscam economizar até na segurança para aumentar ainda mais os lucros, em vez de respeitar a legislação e fazer investimentos para prevenir assaltos e proteger a vida dos bancários, vigilantes e clientes", destaca.

A próxima reunião da CCASP foi agendada para o dia 10 de dezembro.

Greve dos bancários

Ao final da reunião, Ademir, que também é secretário de imprensa da Contraf-CUT e coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, enfatizou aos integrantes da CCASP que a segurança é também uma das prioridades da greve nacional dos bancários, que completou 13 dias nesta terça-feira. "Não é só por salário que estamos em greve, mas também por emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e contra o PL 4330 da terceirização", disse Ademir.

"A Fenaban fez somente uma proposta de 6,1%, que apenas repõe a inflação do período, o que é inaceitável. A maioria das categorias vem conquistando aumento real. Além disso, nenhuma proposta de segurança foi apresentada pelos bancos, apesar de tantos problemas, como os sequestros e o transporte de valores feito por bancários", denunciou Ademir. O diretor da Febraban permaneceu em silêncio.

Também participou da reunião o representante da Fetec Centro-Norte e diretor do Sindicato dos Bancários do Pará, Sandro Matos.

Fonte: Contraf-CUT


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