(Rio de Janeiro) - A greve no Rio de Janeiro continua se ampliando. Chegou ontem a 549 agências e seis prédios parados. Aderiram à paralisação cerca de 18.900 bancários. Ao invés de voltar a negociar alguns bancos, como o Bradesco, o Banco do Brasil e o Itaú passaram a usar a prática do interdito proibitório.
O interdito não proíbe a greve, apenas atitudes que ameacem a posse do banco sobre as agências. Segundo o presidente do Sindicato, Almir Aguiar, no entanto, não vai ser com interditos que os banqueiros vão por fim ao impasse que levou os bancários à greve. "Pelo contrário, os interditos só vão fazer a greve crescer ainda mais. A adesão tem crescido dia a dia, o que continuou acontecendo também nesta segunda-feira, em relação a sexta-feira, mesmo com os interditos, passando de 534 agências paradas na sexta, para 549, ontem, além dos prédios do Sedan e Andaraí do Banco do Brasil, Barrosão, da Caixa Econômica Federal, os dois do Santander, na Avenida Rio Branco, o Bradesco Pio X e Senador Dantas", afirmou. Almir acrescentou que a continuidade da greve é culpa dos banqueiros.
Greve segue forte
A tendência demonstrada desde o início de crescimento da greve nacionalmente vem se confirmando. Na segunda-feira (30/9), a paralisação entrou na terceira semana muito forte e crescendo em todo o país. Estão paralisados nos 26 estados e no Distrito Federal 10.822 agências e centros administrativos, apesar da intimidação que a Polícia Militar está fazendo em vários estados, a pedido dos bancos.
Na sexta-feira haviam sido paralisadas 10.633 dependências. Em relação ao primeiro dia da greve, em 19 de setembro, quando foram fechadas 6.145 agências, houve um crescimento de 76,1%. Este aumento na adesão se deve ao fato dos bancários estarem revoltados com uma situação em que os bancos têm todas as condições de atender à pauta de reivindicações, já que durante anos seguidos têm tido lucros recordes, mas não o fazem. Preferem silenciar diante da carta enviada sexta-feira pelo Comando Nacional, manifestando a disposição de negociar uma proposta que atenda às demandas da categoria.
Apoio aos professores
O Sindicato vai ler na assembleia dos professores municipais, hoje, no Largo do Machado, uma moção de repúdio à violência policial e em apoio ao movimento desses servidores. A iniciativa foi aprovada na assembleia dos bancários, quinta-feira (29).
Fonte: Seeb/Rio de Janeiro