Janes Estigarribia (*)
Os bancários, que têm data base em 1º de setembro, estão discutindo e reivindicando em sua negociação a implementação por parte dos bancos da jornada de 4 dias semanais para a categoria.
Em 2020, a divisão da Microsoft no Japão testou a semana de quatro dias, entre segunda e quinta-feira. Para isso, o trabalho diário foi compactado, a comunicação por e-mail foi substituída por chat, e reuniões foram limitadas a meia hora, com cinco participantes no máximo. O resultado foi um aumento de produtividade de 40%.
Diversos países ao redor do mundo, como Nova Zelândia, Islândia e Japão, já implementaram com sucesso a semana de 4 dias e os resultados comprovam os benefícios da medida, com relatos de aumento da produtividade, melhora na qualidade de vida dos trabalhadores e impacto positivo na economia local. A experiência internacional demonstra a viabilidade e os benefícios concretos dessa iniciativa, servindo como referência para o Brasil.
Para o atual cenário brasileiro, a proposta de implementação de uma semana de trabalho de 4 dias para a categoria bancária se apresenta como uma medida inovadora para proteger a saúde, gerar empregos e melhorar a produtividade, o bem-estar e, consequentemente, o desenvolvimento socioeconômico do país.
Ao ter um dia a mais de descanso, os bancários retornam às suas atividades com energia renovada e foco, o que se traduz em maior engajamento, criatividade e capacidade de resolução de problemas. Essa otimização do tempo de trabalho também contribui para a diminuição do absenteísmo por motivos de saúde, reduzindo custos para as instituições financeiras e garantindo a continuidade dos serviços essenciais.
Um dia a mais de descanso semanal proporciona aos bancários um tempo maior para dedicar à família, lazer e atividades pessoais, o que leva a uma melhora significativa na qualidade de vida, impactando diretamente na saúde mental e física, diminuindo o estresse, a ansiedade e o risco de doenças relacionadas ao trabalho. Além disso, a jornada de 4 dias pode contribuir para a redução do turnover.
Todos ganham com essa medida. As instituições financeiras podem se tornar mais atraentes para talentos qualificados, e por já existir uma experiência internacional demonstra que há viabilidade e os benefícios dessa iniciativa são reais. E pode ser uma experiencia que, se aplicada aos bancários, servirá como referência para outras categoria e a expansão no país.
A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) já recebeu a proposta do Comando Nacional dos Bancários e ficou de analisar e trazer uma resposta com contraproposta, ou simplesmente negando esse benefício. Porém, antecipando aos fatos qualquer resposta que não seja de cunho positivo, será enorme prejuízo para os bancos e para o Brasil, já que testes semelhantes estão em curso na Espanha e na Escócia.
(*) Janes Estigarribia é presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados