Cointelegraph Brasil
Nubank e Mercado Pago estão "atropelando" bancos tradicionais como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Caixa Econômica e outros e estão liderando em clientes aderindo ao PIX.
Segundo dados divulgados pelo Banco Central do Brasil nesta quarta (14), enquanto o Nubank tem mais de 8 milhões de chaves cadastradas no PIX o Bradesco, tem pouco mais de 3 milhões.
Porém a frente do Bradesco ainda estão as fintechs PagSeguro e Mercado Pago.
Ainda segundo o Banco Central, cerca de 33,7 milhões de cadastros de "chaves" de identificação para uso do PIX foram realizados.
Desta forma, só o Nubank registrou mais de 24% de todos as chaves registradas e é o lider absoluto entre todas as instituições.
Assim que o Banco Central liberou o cadastramento das chaves do PIX em outubro bancos e fintechs travaram uma verdadeira "guerra" por clientes com instituições fazendo premiação em dinheiro para quem aderisse ao sistema pela instituição.
O BC afirma que o PIX e o Open Banking devem colocar fintechs e bancos tradicionais em pé de igualdade e revolucinar o sistema financeiro, inclusive o BC planeja atrelar uma Moeda Digital de Banco Central, CBDC, ao PIX.
Como o PIX pode "matar" as transações de TED e DOC e, além disso, ser o grande sistema de pagamentos do Brasil a "guerra" por clientes ainda deve se intensificar já que os principais bancos do país estão perdendo a batalha até o momento.
Do lado das fintechs, liderar entre os usuários do PIX significa resignificar o poder no sistema financeiro nacional.
No caso do MercadoPago por exemplo, a empresa mãe, o Mercado Livre já é a maior empresa da América Latina, com marketcap maior que bancos, petroliferas entre outros.
Desta forma, ter o Mercado Pago como líder entre os adeptos do PIX significa 'dominar' o ecossistema de e-commerce e pagamentos online no país.
De fato as fintechs viram o PIX como o grande "trampolim" para uma mudança geral entre as instituições financeiras.
Neste sentido, recentemente, a cofundadora do Nubank, Cristiana Junqueira, declarou que os bancos tradicionais ficaram inventando desculpas para tentar minimizar o PIX.
"Eu acho isso aí uma grande desculpinha. A definição do BC foi: o Pix tem de ser tão seguro ou mais que DOC e TED. Então, ponto, acabou. O Pix foi desenhado para isso. Eles (os grandes bancos) estão dizendo que foi muito rápido (o tempo para implementar), mas nós estamos tendo o mesmo tempo. Se eles acham que pode dar algo na implementação deles e não ser seguro, é problema deles. É só fazer o negócio direito. [...] Mas tem uma resistência (dos bancos). É a turma do ‘Ah não, está muito rápido, peraí’, é a turma que não quer que o futuro chegue."
Ela ainda diz que a fintech brasileira está ansiosa pela implementação do Pix, que deve ser lançado definitivamente em novembro, com transações a qualquer hora do dia ou da semana.
Ela lembra que a fintech já não cobrava taxas de seus clientes mesmo antes do novo sistema do Banco Central, e disse acreditar que o fim dos outros sistemas em vigor, boleto TED e DOC, deve ser gradativo, mas deve acontecer:
"Para instituições como o Nubank, se acabar com tudo (boleto, TED e DOC), será maravilhoso. Vamos incentivar muito o cliente a usar o Pix. Se pudermos, toda transação será por Pix. Mas outras instituições vão perder um dinheirão, porque cobravam um monte de tarifa (para TED e DOC). Essas não vão estar tão ligeiras para a adoção. Nelas eu acho que o cliente terá de insistir para usar o Pix. Mas acredito que em algum momento acaba tudo."