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22 de Outubro de 2020 às 05:59

Mesmo com altos lucros, bancos descumprem acordo e já demitiram mais de 12 mil este ano

Cinco maiores bancos têm R$ 28,4 bilhões de lucro no primeiro semestre. Não há motivo para demitir e aprofundar crise econômica


Mesmo com lucro líquido de R$ 28,4 bilhões apenas no primeiro semestre, os bancos já demitiram mais de 12 mil trabalhadores este ano, em descumprimento ao acordo firmado em março com o movimento sindical bancário de quem não haveria demissões durante a pandemia. De acordo com do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, foram 12.794 demissões, contra 11.405 contratações, em um saldo negativo de 1.389 postos de trabalho fechados. No levantamento do Caged para os meses de junho, julho e agosto fica claro que aumentou o ritmo das demissões na categoria. Em junho, foram registradas 1.363 demissões, número que sobe para 1.634 em julho e atinge 1.841 em agosto.

Para denunciar as demissões, bancários de todo o país fazem novo tuitaço nesta sexta-feira, às 11h, com a hashtag #QuemLucraNãoDemite.

"Num momento em que o país enfrenta a sua maior crise em muitas décadas, em grande parte por causa da pandemia da Covid-19, é inaceitável que os bancos, o setor que mais lucra em quaisquer circunstâncias, façam essa demissão em massa, descumprindo acordo que assumiram com a categoria bancária. Por isso vamos às ruas e às redes sociais denunciar essa irresponsabilidade", critica Cleiton dos Santos, presidente da Federação dos Bancários do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

O aumento dos desligados motivou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o movimento sindical bancário em todo o país a fazerem uma campanha contra as demissões. A campanha visa denunciar a quebra do compromisso assumido pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), feito em mesa de negociação com o Comando Nacional Bancário, de não realizar demissões durante a pandemia. O compromisso foi assumido durante a mesa de negociações no primeiro semestre, logo no início da pandemia no Brasil.

Pandemia acabou?

“Cobramos o fornecimento de equipamento e também a suspensão das demissões, porque mais importante era garantir o emprego. O desemprego já estava alto. Cobramos e os grandes bancos se comprometeram. Eles falaram que era um compromisso de mesa e que não queriam se comprometer com data. Mas, o acordo era de não demitir na pandemia. A pandemia não acabou e o compromisso está colocado”, relatou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, coordenadora do Comando Nacional dos Bancários.

O primeiro banco a puxar a fila das demissões foi o Santander, que não esperou muito e começou a demitir ainda no primeiro semestre. O Itaú passou a demitir funcionários já no segundo semestre, o mesmo acontecendo com o Banco Mercantil do Brasil. A mais recente adesão à lista dos descumpridores do acordo foi a do Bradesco, que combinou uma campanha publicitária para alardear que estava se preparando para o futuro, mas adotou um ritmo de demissões que tem se acelerado nas últimas semanas.

Desde o início do mês estão sendo realizadas manifestações de protestos em frente a agências bancárias, tuitaços para denunciar à população a quebra de compromisso dos bancos e outras ações nas redes sociais.

#QuemLucranãoDemite

Por isso tem tuitaço contra as demissões nos bancos nesta sexta-feira 23. Será às 11h, com a hashtag #QuemLucraNãoDemite. Ainda dá tempo, fale para seus amigos, amigas e familiares ajudarem a denunciar os bancos que tiveram grandes lucros este ano e não cumprem o acordo com os bancários de não demitir durante a pandemia. Use as imagens e as frases na sua conta do Twitter com a hashtag.

O tuitaço faz parte da campanha contra as demissões organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e pelo movimento sindical da categoria. É uma forma de se contrapor aos bilhões de reais que estão sendo gastos pelos bancos em campanhas publicitárias para mostrar uma falsa imagem humana dessas instituições. Clientes dos bancos precisam conhecer a realidade dos mais de 12 mil de bancárixs que perderam seus empregos este ano.

Divulgue a hashtag #QuemLucranãoDemite

Participe do tuitaço e acompanhe a campanha pelas nossas redes sociais.

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Fonte: Fetec-CUT/CN, com Contraf-CUT


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