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18 de Outubro de 2021 às 16:31

Em meio ao caos, Momento Mais Saúde ajudou bancários de Curitiba


A pandemia gerada pelo novo coronavírus (Covid-19) matou milhões de pessoas pelo mundo, deixou outras milhares desempregadas e causou fome e miséria. Num cenário tão devastador, é importante destacar ações que visam preservar a saúde dos trabalhadores. Uma delas é o Momento Mais Saúde, iniciativa do Sindicato dos Bancários, Financiários e Empresas do Ramo Financeiro de Curitiba e Região, idealizada com o objetivo de abrir o diálogo sobre temas da saúde mental e física e se aproximar dos trabalhadores do ramo financeiro. O projeto surgiu em 2020, no meio da pandemia, quando era necessário buscar alternativas para se aproximar da categoria.

“Preocupa-nos a situação de sofrimentos e adoecimento de nossa categoria. Os riscos são variados. O adoecimento psicológico tem nos preocupado bastante, pois produz tragédias. A fonte principal dessa situação é o mecanismo adoecedor dos bancos com a pressão por resultados a todo custo, inclusive o custo humano. Mas, os sindicatos estão agindo na defesa da saúde dos trabalhadores. Várias iniciativas mostram que as entidades sindicais são acolhedores e defendem, de fato, os trabalhadores contra a ganância dos bancos, a omissão da Justiça, os ataques do Governo Federal. Vamos apoiar quem nos defende sempre, os sindicatos, através da luta coletiva”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Ao todo, foram produzidos 22 vídeos, sendo uma primeira temporada (2020), com 12 vídeos; e a segunda temporada (2021), com 10 vídeos. Os temas são variados, desde questões abrangentes – como setembro amarelo, outubro rosa, novembro azul e julho LGBTQIA+ – até temas mais focados na categoria, como depressão, LER/Dort e assédio moral.

Veja aqui todos os vídeos

 

A secretária de Saúde do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Patrícia Carbornal é a idealizadora e coordenadora do Momento Mais Saúde. Ela explica que o objetivo foi abordar temas de saúde emocional e física, de uma forma a acolher os bancários e financiários da base sindical da entidade. “Ao mesmo tempo, queremos também ajudar as demais categorias de trabalhadores que acabam sendo alcançadas pelos vídeos. Nosso foco é promover saúde e prevenir doenças, fazendo com que quem assista possa reconhecer os fatores do adoecimento e possibilidades de tratamentos.”

Ela conta que a ideia surgiu no auge da pandemia da Covid-19, devido a uma grande dificuldade de se chegar até os bancários e financiários. “Ao mesmo tempo, crescia a procura por atendimento na Secretaria de Saúde do Sindicato, principalmente pelo adoecimento emocional. Sabíamos que era o momento em que mais precisávamos falar de saúde com a categoria. Foi quando pensamos em uma iniciativa abrangente e inclusiva, que pudesse ser utilizada nas redes sociais. Como sabemos que a maior parte das visualizações e interações da web se dão em vídeos, optamos por esse formato. A partir dessa opção, escolhemos os temas conforme as demandas que já tínhamos na secretaria e fomos em busca de profissionais que aceitassem compartilhar seus conhecimentos.”

Para Patrícia, falar sobre saúde envolve mais do que falar somente da doença, é falar sobre prevenção, tratamentos e, principalmente, falar de forma acolhedora. “É dizer: ‘estamos aqui, juntos, para te ajudar’, principalmente quando consideramos a saúde emocional, que é muito discutida, mas ainda alvo de muitos estigmas e preconceitos. Então, acreditamos que inciativas como esta podem ampliar o diálogo sobre o tema e, até, salvar vidas.”

Ela revela que valeu muito a pena. “É incrível a repercussão, bem mais do que esperávamos. Recebemos muitos retornos de pessoas se identificando com os vídeos, que acabam se tornando uma ferramenta que possibilita a abertura de uma conversa com o trabalhador. Alguns comentam que tem os mesmos sintomas, que tal tratamento está dando certo, comentam sobre como foi o diagnóstico, como foi o adoecimento dentro do ambiente de trabalho ou na vida pessoal. Recebemos relatos de histórias e casos também de familiares dos trabalhadores, a conversa torna-se um momento de desabafo e conseguimos aquele contato que buscávamos. Por mais que às vezes seja rápido, torna-se o momento de acolhimento e disponibilidade de ajuda, como entidade sindical e como seres humanos”, finalizou.


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