Semente, segundo o dicionário, “é qualquer substância ou grão que se deita à terra para germinar.” Em uma analogia ao substantivo feminino surgiu, em 2015, o projeto ‘Sê Mente do Amanhã’, em Santarém, oeste do Pará.

“O verbo ‘sê’ está no imperativo, o qual brinca, através de um trocadilho com o substantivo ‘mente’, com a finalidade de dar a ideia ao receptor da mensagem que ‘seja a mente’ para transformar o amanhã e, assim, o mundo. Nossa missão é gerar dentro de cada ser humano que cruzar nosso caminho, a convicção de que mudando seu modo de pensar é possível mudar o mundo”, explica a coordenadora da área do projeto, Sâmia Martins.

Há 6 anos, o grupo que no início levava às escolas um trabalho preventivo contra as drogas através de palestras, germinou. Em 2018, o ‘Sê Mente do Amanhã’ virou organização da sociedade civil.

“Atuamos na área de assistência social. Além das escolas e colégios, estamos também presentes no Centro de Semiliberdade de Santarém da Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará e Centro de Referência em Atendimento à População de Rua. Um novo marco foi a implantação do Projeto Povo das Águas, que tem o objetivo de levar desenvolvimento comunitário com atendimento odontológico, farmacêutico e de enfermagem, distribuição de brinquedos, cestas básicas atividades lúdicas e palestras do projeto Alvorecer, ampliando os limites geográficos da organização para diversas comunidades ribeirinhas da Amazônia”, conta Sâmia.

Como toda organização, os principais recursos vêm de empresas privadas, entidades e recursos públicos, e tão logo soube da existência do projeto, a diretora do Sindicato na região, Rafaela Carletto, guardou, por dois meses, a verba de aquisição de alimentos para doação e transformou em 30 cestas básicas que cruzaram alguns quilômetros de rio e estrada de terra batida até chegarem à comunidade do Carariacá, região de Arapixuna, pelas mãos de alguns dos membros do projeto ‘Povo das Águas’.

Na verdade, Rafaela fez trabalho voluntário junto com a Sâmia em um asilo da cidade; e depois disso sempre acompanhou o crescimento do projeto que virou associação e depois organização. “Vi que depois eles criaram esse projeto que doa cestas, apadrinha alunos em cursinho pré-vestibulares e resolvi fazer a doação pra lá como parte da nossa atuação dentro da Campanha ‘Sindicato Solidário’”, afirma a dirigente sindical.

“Pelo fato da nossa organização acompanhar a realidade social de quem precisa, acreditamos que o apoio de outras entidades proporciona que a necessidade dessas pessoas sejam atendidas de maneira imediata através da doação de cestas básicas, atendimentos odontológicos, médicos, farmacêuticos, biomédicos e expedição de documentos somando-se com mudança de mentalidade; e para que esse outro tipo de mudança também aconteça, levamos palestras educativas, atendimentos psicológicos, jurídico e afins – processo a longo prazo”, destaca Sâmia Martins.

Segundo a coordenadora da área de saúde do ‘Sê Mente do Amanhã’, a escolha para a distribuição das cestas básicas na comunidade do Carariacá teve como metodologia o contexto socioeconômico das famílias.

Outro projeto da organização é o ‘Play na Leitora’ que incentiva a leitura e ensina crianças e adolescentes sobre valores éticos, morais, profissionais e cívicos. Por semana, os atendidos pelo projeto conseguem ler, pelo menos, um gibi.

Durante as festas de final de ano o ‘Sê Mente do Amanhã’ entra no clima natalino e realiza cantatas de Natal no Hospital Municipal de Santarém e Abrigo Municipal Reviver, além de doações de cestas básicas a outras comunidades em situação de vulnerabilidade social.

E ainda tem mais… durante a entrevista, via aplicativo de mensagem instantânea, Sâmia contou que o ‘Sê Mente do Amanhã’ prepara-se para mais um novo projeto, o ‘Clave Salvação’, que pretender levar, através da música, o desenvolvimento pessoal, profissional, educacional e comunitário aos moradores do Residencial Salvação.

“O Sindicato Solidário veio para salvar centenas de famílias da fome, ou pelo menos, amenizar essa difícil realidade, uma vez que os recursos destinados pelos governos não são capazes de garantir o mínimo na mesa dessas pessoas. Por isso queremos reforçar e pedir a doação de alimentos, dos bancários e bancárias, e ainda de qualquer trabalhador ou trabalhadora que tenha condições financeiras para tal. O ato de compartilhar também pode salvar vidas”, convida a presidenta do Sindicato, Tatiana Oliveira.

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Fonte: Bancários PA