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15 de Maio de 2020 às 06:00

Sindicato repudia proposta que sobrecarrega empregados da Caixa e amplia risco de contaminação


Enquanto dezenas de bancários e trabalhadores do ramo financeiro são contaminados no país pelo novo coronavírus, exatamente por estarem, diariamente, na linha de frente da pandemia, atendendo a uma população ávida por algum ‘consolo’ financeiro que possa ser obtido via instituições financeiras, o deputado federal Diego Andrade (PSD-MG) apresentou, nesta semana, o Projeto de Lei que fixa horário especial de funcionamento da Caixa durante a pandemia.

Pelo texto do PL 2489/20 em análise na Câmara dos Deputados, a Caixa fixa o horário de atendimento, das 6 às 22 horas durante a pandemia, o que vai sobrecarregar ainda mais os empregados da Caixa, que atualmente já são, muitas vezes, obrigados a trabalhar até aos sábados para não deixar em desespero os milhões de brasileiros que buscam algum benefício social como auxílio emergencial, FGTS, seguro desemprego ou Bolsa Família.

Para o Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO) essa proposta representa uma afronta aos empregados da Caixa, que por meio de seus representantes sindicais, reivindica, em casos como este, a contratação de dois turnos, inclusive com a contratação de mais empregados, como os aprovados no último concurso público.

“Está claro que esse parlamentar desconhece o real motivo por ter tanta gente aglomerada, diariamente, nas filas gigantescas que se formam nas agências, que é exatamente a falta de organização e de planejamento do governo federal e da direção nacional da Caixa”, explicou José Pinheiro, presidente do SEEB-RO.

Desde o início da pandemia o movimento sindical vem solicitando que o governo fizesse a descentralização destes pagamentos, pois já era previsto um acúmulo grande de pessoas em busca destes auxílios, e cobrou também uma massificação das campanhas de esclarecimento para informar, com alcance maior de público, como proceder para receber os auxílios sem precisar sair de casa ou causar aglomerações.

A jornada de trabalho da categoria deve ser cumprida de segunda a sexta-feira. Sobre o trabalho aos sábados, domingos e feriados, deve ser negociado previamente com a entidade de representação sindical.

“Não há qualquer razão plausível para estender o atendimento. Os empregados estão exaustos física e mentalmente e precisam e merecem descansar nos finais de semana. Inclusive já solicitamos que não houvesse mais os trabalhos aos sábados”, acrescentou Pinheiro.


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