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22 de Julho de 2020 às 11:44

Sindicato repudia medida do BB em convocar bancários ao retorno do trabalho


Os bancários do Banco do Brasil foram surpreendidos, nesta terça-feira (dia 21), com um comunicado aos gestores com novas orientações, entre elas, sobre a convocação de funcionários para retorno ao trabalho presencial, a partir do dia 27 de julho.

O comunicado diz que “funcionário com autodeclaração de coabitação: passa a se enquadrar nas formas de trabalho disponíveis, como os demais funcionários do Banco que não pertencem ao grupo de risco, a partir de 27/07”.

Para a presidente do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Neide Rodrigues, esse comunicado é um absurdo, sem qualquer diálogo com o movimento sindical.

“O Banco do Brasil vem desrespeitosamente, sem nenhum diálogo, preparo ou critério, convocar os trabalhadores a voltar ao trabalho presencial, colocando em risco a vida dos bancários e seus familiares, já que em muitos estados a pandemia está em ascensão. Isso demonstra que a saúde dos bancários deixa de ser importante para o banco”, comenta a presidente.

Mato Grosso do Sul é um desses estados que a pandemia está em ascensão, com 17.386 casos confirmados da doença e 248 óbitos (dados do boletim desta terça-feira, dia 21 de julho). Somente na base do SEEBCG-MS, 44 bancários já testaram positivo para o coronavírus. 

“O sindicato repudia totalmente a decisão do BB, tomada de forma unilateral, em um momento em que vivemos o ápice da contaminação na nossa região, principalmente entre os bancários, em que 44 testaram positivo para a doença. Esse trabalhador vai retornar a sua atividade, de linha de frente, e quando retornar para sua casa, poderá contaminar um familiar que é do grupo de risco, criando situações de riscos desnecessária”, ressalta o secretário geral do sindicato e funcionário do BB, Rubens Jorge Alencar.

“Fomos pegos de surpresa com esse comunicado, principalmente com o momento crítico da doença em vários estados, incluindo Mato Grosso do Sul. Vários colegas já ligaram apreensivos porque coabita com pessoas do grupo de risco e estão com medo. Com essa atitude, o banco não está respeitando o trabalhador. Queremos uma negociação e que o banco avalie cada situação e o estágio da doença em cada região do país”, complementa a secretária de Administração e Patrimônio do sindicato e funcionária do BB, Luciana Rodrigues.

Acordo Emergencial

O comunicado confuso do banco tem levado alguns gestores a entender e a executar a medida de forma distorcida, inclusive dizendo que ordem do banco está prevista no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) Emergencial (Covid-19).

“Não é o acordo que permitiu o banco mudar o entendimento do coabitante. O entendimento foi mudando devido à Portaria 20 do governo Bolsonaro. Nosso acordo trouxe garantias para os funcionários”, disse a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, se referindo à Portaria Conjunta nº 20, de 18/06/2020, do Ministério da Economia/Secretaria Especial de Previdência e Trabalho e Ministério da Saúde.

“O banco age com uma irresponsabilidade tremenda, mas tenta colocar a culpa no ACT, o que sabemos e podemos mostrar que é uma inverdade. O acordo está preservando vidas e garantindo direitos. Mas vamos nos mobilizar e, junto com o Comando Nacional, encontrar formas para impedir esse risco à saúde dos trabalhadores e seus familiares”, conclui a presidente do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.

A Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) conseguiu agendar uma reunião com o banco nesta quarta-feira (22), às 14h30 (horário de Brasília), para tratar do assunto.

Por: Assessoria de Comunicação do SEEBCG-MS (Com informações da Contraf-CUT e SEEB-BH)


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