Brasília - Diretores do Sindicato e da Fetec-CUT/CN percorreram diversas agências do Itaú, nesta segunda-feira (21), para protestar contra a persistente política de cortes de vagas, em detrimento aos lucros exorbitantes do banco. As unidades visitadas foram Taguatinga Centro, Comercial Norte, Hélio Prates e Pistão Sul; Riacho Fundo; Núcleo Bandeirante; Ceilândia; Samambaia; Recanto das Emas; Guará I e II; SIA e ParkShopping.
“É inadmissível que um banco que lucra tanto, cobra tarifas absurdas e juros altíssimos continue com essa prática injusta de eliminar postos de trabalho”, ressaltou a diretora da Fetec-CUT/CN Louraci Morais. “Ao invés de valorizar o seu corpo funcional, que contribui para aumentar sua rentabilidade de forma assombrosa, o Itaú vai na contramão e prossegue com as demissões”, lamenta. E critica que, hoje, o banco só investe nas agências digitais e fecha as unidades chamadas de ‘tijolo’.
Para o secretário de Cultura do Sindicato, Sandro Oliveira, é preciso que os bancários somem forças com o Sindicato para pressionar o banco a acabar com essa política nefasta. Ele observa que o enxugamento do banco acaba prejudicando tanto a população quanto os trabalhadores. “A redução do quadro de funcionários, além de precarizar as condições de trabalho, resulta num atendimento de má qualidade à população, que tem de se submeter a filas imensas, além de sobrecarregar os funcionários, que acabam adoecidos”, denuncia Sandro.
Já Edmilson Lacerda, diretor da Fetec-CUT/CN, comenta que é importante alertar sobre a gravidade dessa situação. “Pedimos a população que nos ajude, reclamando nas ouvidorias do banco sobre o péssimo atendimento por conta da falta de funcionários”, conclama.
“Nossa intenção é sensibilizar a população sobre todos esses percalços que os banqueiros vêm causando tanto aos bancários quanto aos usuários”, reforça o diretor do Sindicato Raimundo Dantas.
Panfletos e orientações
Além de distribuir panfletos explicativos para os bancários e a população, os diretores esclareceram que o Sindicato vem lutando para acabar com essa situação. “Estamos lutando por mais contratações, para melhorar a qualidade do atendimento, pela queda dos juros, pelo fim da exploração aos funcionários, clientes e usuários, pelo fim das metas abusivas e do assédio moral e também pelo fim das terceirizações”.
Lucros cada vez maiores
O Itaú, maior banco privado no Brasil, obteve lucro líquido de R$ 16,3 bilhões nos nove primeiros meses do ano. O que arrecada com as tarifas cobradas dos clientes bateu a casa dos R$ 24,6 bilhões no acumulado de 12 meses. Em contrapartida, o banco cortou 2.753 postos de trabalho e fechou 207 agências de “tijolo”, priorizando as agências virtuais.
Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília