O Sindicato dos Bancários deu início na quarta-feira (6) a uma série de atos públicos que serão realizados ao longo do mês de setembro como parte das ações da Campanha Nacional da categoria em defesa dos bancos públicos. A primeira manifestação foi na agência Doca, do Banco do Brasil, em Belém, com direito a carro som e distribuição de informativo à população.
A escolha do local não foi á toa. O Banco do Brasil, implementa desde 2016 uma política de destruição dos bancos públicos, que o governo Temer chama de “reestruturação”, na prática significa fechamento de agências e de serviços de autoatendimento fora das agências bancárias, redução de quadro funcional através de planos de demissões voluntárias, precarização da segurança e das condições de trabalho nas unidades, tudo isso para criar um clima na sociedade de descontentamento com os serviços prestados pelas empresas e bancos públicos e facilitar o jogo sujo da privataria pretendido pelos aliados do governo.
“A conjuntura do golpe parlamentar, jurídico e midiático que colocou Michel Temer (PMDB/PSDB) no poder visa privatizar as empresas e bancos públicos no país para atender a interesses corruptos e de mercado. Por isso o movimento sindical bancário se mobiliza nessa Campanha Nacional em defesa do fortalecimento e da não privatização dos bancos públicos. Não vamos permitir que entreguem a principal fonte de investimentos para o crescimento social, econômico, científico e cultural do país”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários e funcionário do Banco do Brasil, Gilmar Santos.
Para o Sindicato, a questão central nesse debate é que os bancos públicos cumpriram papel decisivo nos últimos 14 anos para o desenvolvimento do Brasil, como na geração de linhas de crédito para ampliar a produção agrícola e reduzir o preço dos alimentos através do Banco do Brasil; na ampliação e melhoria da infraestrutura de portos, aeroportos, ferrovias, sistemas de esgoto e saneamento básico via BNDES; na ampliação do acesso da população de baixa renda às universidades, com a construção de novas universidades federais e crédito aos estudantes (Fies), e no desenvolvimento da política habitacional e do acesso à casa própria através da Caixa Econômica; e na diminuição das desigualdades regionais através de bancos estaduais e regionais, como Banco da Amazônia e Banpará.
“É por isso que o Sindicato dos Bancários do Pará, junto com a CUT, Contraf-CUT, Fetec-CUT Centro Norte está nas ruas, mobilizando a sociedade para defender o fortalecimento dos bancos públicos, como forma de defender o crescimento do país. Diga não às privatizações! Como diz o lema da nossa campanha: se o banco é público, é para toda sociedade!”, destaca a diretora da CUT/Pará e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.
A diretora de Juventude da FENAE e integrante do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rachel Weber participou da ação de hoje em Belém e reforçou a necessidade de a sociedade se engajar nessa luta.
“Privatizar bancos é sempre o trajeto inicial na rota das cartilhas de governos neoliberais. Foi assim com FHC e está sendo assim agora, com Temer. Quem ganha com isso são os bancos privados, que se aproveitam da falta de concorrência para ampliar seus lucros. E quem perde é a sociedade, o Brasil. Ao mesmo tempo, há uma grande orquestração na grande mídia para que tudo que esteja relacionado a essas empresas ganhe conotação negativa e facilite o processo de privatizações. Nossa campanha pretende mostrar que sem os bancos públicos, com certeza, a realidade econômica do país estaria em pior”, argumenta Rachel Weber.
Fonte: Bancários PA