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16 de Fevereiro de 2016 às 05:06

Sindicato faz críticas e propõe alterações no projeto de agências digitais


Crédito: SEEB/BRASÍLIA

Brasília - O Banco do Brasil está implementando, através de projeto-piloto iniciado em Joinville (SC), o modelo de atendimento a clientes através da internet por meio de plataformas de interação virtuais, como computadores e telefones celulares. Esse projeto já está sendo implementado pela empresa em Brasília e está trazendo uma série de dúvidas e questionamentos de clientes e funcionários. 

Esse atendimento, segundo o BB informou ao Sindicato em reunião no dia 5 passado solicitada pela entidade sindical, não vai substituir o atendimento presencial e sim ampliar as possibilidades de serviços aos clientes. Os funcionários envolvidos "cuidam" de carteiras de clientes e são responsáveis pelo atendimento via computadores e telefone, realizando uma série de serviços, como venda de produtos ou ampliação de limites, das 9h às 22h. Os atendimentos presenciais a esses clientes, quando necessários ou demandados, serão realizados através de um funcionário com função de gerente de fluxo, no horário de funcionamento da agência, que em Brasília é das 11h até 16h.

Sindicato critica a falta de informações para os funcionários

O Sindicato dos Bancários de Brasília questionou a ausência de informações da empresa em relação aos funcionários envolvidos nas migrações das carteiras para as plataformas digitais. Eles denunciam que o processo de migração está sendo realizado de forma abrupta, com pouca discussão e informação, causando incertezas e dúvidas. Após encontro com o Sindicato, o BB realizou reunião com os funcionários envolvidos.

Há dúvidas sobre a função do gerente de fluxo, e o BB respondeu que este será responsável pelo atendimento presencial e não será avaliado por venda de produtos. Sua avaliação estaria relacionada a indicadores vinculados aos atendimentos prestados, como satisfação do cliente, por exemplo.

Sindicato exige segurança para os bancários

Outro ponto debatido na reunião diz respeito à segurança física e nos processos. O fato de o horário de atendimento ser ampliado até às 22h traz grande vulnerabilidade para os funcionários na saída do serviço. O BB respondeu que, no local de trabalho desses funcionários, haverá seguranças até o horário de saída do trabalhador.

Também a segurança dos processos preocupa os trabalhadores. O BB disse que todas as ligações serão gravadas e contarão com dispositivos de segurança que evitarão riscos para os funcionários. O Sindicato orienta que os bancários denunciem qualquer tipo de procedimento que venha a trazer risco. Para isso, basta entrar em contato com a Central de Atendimento da entidade pelo 3262-9090 ou centraldeatendimento@bancariosdf.com.br.

Sindicato reivindica garantias remuneratórias e de direitos para os trabalhadores envolvidos

O Sindicato quis saber ainda sobre a natureza do serviço telefônico que será prestado pelos trabalhadores, já que a lei garante jornada diferenciada para os teleatendentes. O BB respondeu que o serviço não configurará teleatendimento. O Sindicato fará vistoria para averiguar.

"Também preocupa o Sindicato o fato de as carteiras formadas serem maiores do que as atuais existentes, podendo trazer sobrecarga aos funcionários, além da diminuição dos postos de trabalho. O Sindicato reivindicou que os funcionários envolvidos tivessem garantia de continuar gerindo suas carteiras caso optassem por migrar para a nova plataforma, e, caso não desejem, que tivessem a garantia de remuneração em outra função similar na praça de Brasília", destaca a diretora do Sindicato Marianna Coelho, bancária do BB. O banco ficou de avaliar essa solicitação.

O Sindicato também questionou sobre o cumprimento da jornada de trabalho, já que atendimentos virtuais podem propiciar o trabalho fora do horário. O BB disse que todos os sistemas só poderão ser usados dentro do horário de trabalho e serão bloqueados caso o funcionário não esteja no ponto. Com relação ao atendimento a clientes mediante telefone pessoal ou corporativo, o BB disse que está orientando os funcionários a não fazer fora do ponto. O Sindicato denunciou que esses casos são comuns e o BB se dispôs a atuar nos locais em que forem denunciadas tais práticas. O Sindicato orienta que os funcionários denunciem as ocorrências. 

“O Sindicato expressou ainda preocupação em relação ao desvio de função, como, por exemplo, o de assistentes realizando serviços que são somente da alçada dos gerentes e reivindicou o estudo do pagamento de substituições. O BB disse que os acessos a serviços fora de sua alçada serão bloqueados. O Sindicato orienta que o funcionário denuncie caso esteja exercendo desvio de função”, frisa o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que também é bancário do BB. 

Sindicato critica público-alvo restrito e exclusão da maioria dos clientes

O atendimento virtual está sendo implantado somente para os clientes estilo e personalizados, que são aqueles que possuem maior renda declarada ou outra característica negocial que garanta estar entre esse segmento definido pela empresa. 

"O Sindicato entende que o BB deve disponibilizar serviços para todos os clientes da empresa, sem discriminação de renda. Assim, se a plataforma de atendimento virtual significar uma melhoria para o cliente e não apresentar perda de direitos ou precarização da vida laboral, é importante que seja ampliada a todos os clientes", defende do diretor do Sindicato Jeferson Meira, que é bancário do BB.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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