Nesta quarta-feira, dia 25 de maio, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região completa 63 anos de história, sendo uma das entidades mais antigas e importantes de Mato Grosso do Sul.
Nessas seis décadas de luta, a categoria bancária teve conquistas marcantes como a jornada de seis horas semanais, auxílio-creche, vales refeição e alimentação, PLR, 13ª cesta-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, licença-paternidade ampliada de 20 dias, igualdade de direitos para casais homoafetivos, instrumento de combate ao assédio moral, 21,94% de aumento real desde 2004, entre muitas outras.
“Celebrar e resgatar a história da instituição é uma forma de fortalecer ainda mais a categoria para enfrentar os próximos desafios. Este ano, haverá a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho na Campanha Nacional dos Bancários 2022, e também as eleições gerais no Brasil. Por isso, é tão importante mantermos a unidade entre os trabalhadores e o seu principal representante, o sindicato”, comenta a presidenta do SEEBCG-MS, Neide Rodrigues.
A história do sindicato começa no dia 25 de maio de 1959, quando um grupo de jovens bancários se reuniu para a criação da Associação Profissional dos Empregados Bancários de Campo Grande. Em 1963, por meio da Carta Sindical outorgada pelo Ministério do Trabalho a Associação tornou-se o Sindicato dos Trabalhadores em Atividades Bancárias de Campo Grande.
No entanto, com o golpe militar de 1964, o movimento sindical sofreu intervenção e chegou a ser interrompido. Somente na década de 1980, o sindicalismo bancário retoma com mais vigor os trabalhos de representação sindical. A categoria exigia mais ação dos seus dirigentes e as novas demandas apontavam para lutas por melhores salários e ampliação do processo democrático. Entre 1985 e 1993 quase todos os anos houve greve na categoria dos bancários em Campo Grande.
Em 1992, foi assinada a Convenção Coletiva de Trabalho que passou a vigorar em todo país e com conquistas importantes para todos os bancários. E, em função da tradição de luta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, a entidade passou a integrar, a partir de 2007, o Comando Nacional dos Bancários, órgão colegiado responsável pelas principais decisões sobre as campanhas bancárias em todo Brasil.
PLR, vale-alimentação, auxílio-creche, licença-maternidade de seis meses, jornada de seis horas, reajustes acima da inflação, descanso aos sábados. São direitos conquistados com a luta e a organização da categoria bancária. Confira algumas das conquistas após a assinatura, em 1992, da Convenção Coletiva de Trabalho, que garantiu à categoria os mesmos salários e os mesmos direitos em todo o território nacional:
1992 – Assinatura da primeira Convenção Coletiva de Trabalho válida para todo o país;
1994 – Conquista do vale-alimentação;
1995 – Bancários são a primeira categoria a conquistar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) em Convenção Coletiva de Trabalho;
1997 – Luta conquista a complementação salarial para bancários afastados por doença ou acidentes e a verba de requalificação profissional na demissão;
2000 – Inclusão na CCT da cláusula sobre igualdade de oportunidades;
2003 – Primeira campanha salarial unificada da categoria bancária com a inclusão dos bancários do BB e da Caixa. Após greve, trabalhadores dos bancos públicos conquistam a mesma PLR dos bancos privados;
2004 – Conquista, com a greve de 30 dias, de aumento acima da inflação, o que se repetiu por 12 anos seguidos;
2006 – Pela primeira vez, BB e Caixa assinam a Convenção Coletiva de Trabalho com os demais bancos. Implantação de grupo de trabalho para debater assédio moral;
2007 – Conquista da 13ª cesta-alimentação e do valor adicional à Participação nos Lucros e Resultados;
2009 – Licença-maternidade de 180 dias. Mudança no modelo de cálculo e melhorias da PLR adicional. Extensão de direitos aos casais homoafetivos;
2010 – Instrumento de combate ao assédio moral e a valorização do piso salarial. Na segurança ficou assegurado: a obrigatoriedade do registro de BO, a divulgação de estatística semestral do setor, a garantia de transferência do bancário de agência em caso de sequestro e atendimento psicológico no pós-assalto;
2011 – Valorização do piso salarial e da PLR. Proibição da publicação do ranking de performance no cumprimento de metas, usado para pressionar e assediar os trabalhadores. Na segurança, ficou proibido o transporte de valores por bancários;
2012 – Afastados por problemas de saúde, que ficam sem o salário e sem o benefício do INSS enquanto aguardam perícia ou devido à alta programada, passam a ter sua remuneração mantida. Conquista do segundo Censo da Diversidade (o primeiro foi realizado em 2008) com o objetivo de averiguar as condições de mulheres, negros e PCDs nas empresas. Os dados foram colhidos e divulgados em 2014;
2013 – Conquista do abono-assiduidade, que garante o direito a folgar um dia durante o ano. O combate ao assédio moral é ampliado com a proibição de envio de mensagens aos celulares dos funcionários para a cobrança de metas. Foi conquistada a não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados por doença ocupacional;
2014 – Aumento real para os salários; bancos passam a custear exames de CPA-10 e CPA-20 exigidos pelas instituições financeiras, se o bancário for aprovado. Mulheres que forem demitidas e engravidarem durante o aviso prévio proporcional serão readmitidas. Cláusula específica para combater as metas abusivas;
2015 – Mais um ano consecutivo de aumento salarial acima da inflação, além de reajuste ainda maior para vales refeição, alimentação e 13ª cesta. Combate ao assédio moral e às metas abusivas segue com a conquista de uma nova cláusula que trata de ajustes na gestão das instituições de modo a reduzir as causas de adoecimento;
2016/2017 – Pela primeira vez, os bancários fecharam acordo válido por dois anos, que se mostrou extremamente importante diante da aprovação da reforma trabalhista, que acabou com a validade dos acordos coletivos até sua renovação. Em 2017, a proposta garantiu 1% de aumento real para os salários e nas demais verbas. Todos os direitos foram garantidos;
2018/2019 – Mesmo em conjuntura adversa resultante da reforma trabalhista, a categoria bancária, organizada em seus sindicatos, conseguiu fechar um acordo de dois anos que manteve todos os direitos da CCT e ainda conquistou reajuste de 5% sobre salários e demais verbas (como PLR, VA e VR) – com aumento real de 1,31% em 2018 – e garantia de 1% de aumento real em 1º de setembro deste ano. Além disso, avançou em novas conquistas, como o parcelamento do adiantamento das férias e a realização de novo censo da diversidade, para avançar na promoção da igualdade de oportunidades nos bancos para mulheres, negros e PCDs;
2020/2021 – Para 2020, ficou estabelecido um reajuste salarial de 1,5%, mais um abono de R$ 2 mil. Verbas como vale refeição, vale alimentação, auxílio 13ª cesta alimentação, auxílio creche, auxílio babá e outros foram corrigidos pela inflação (INPC). Na PLR, os valores foram corrigidos este ano pela variação da inflação pelo INPC. Para 2021, houve reajuste de 10,97%, o que corresponde à reposição da inflação (INPC) mais aumento real de 0,5%, tanto nos salários, quanto na PLR e demais direitos econômicos estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).