Ao completar 61 anos, o Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região traz uma reflexão sobre a importância da entidade sindical e suas atribuições.
Enquanto muitas categorias amargam prejuízos atrás de prejuízos, sejam eles financeiros ou trabalhistas, as categorias mais organizadas, como a dos bancários por exemplo, conseguem resguardar muitos dos direitos conquistados.
Ao contrário do que muitos bancários acreditam, ter um piso salarial, independentemente se você mora na capital financeira do país ou na menor cidade do interior, é uma conquista negociada e firmada em Convenção Coletiva por representantes da categoria.
E foram esses representantes que, ao longo de 61 anos, contribuíram na conquista da jornada de seis horas diárias, fim do trabalho aos sábados, auxílio-creche, cesta-alimentação, vale-refeição, 13º cesta-alimentação, PLR, licença-maternidade de 180 dias, licença-paternidade de 20 dias, entre muitas outras.
A presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, comenta sobre a importância da atuação do SEEBCG-MS.
“São 61 anos, uma história de lutas e conquistas ao lado da classe trabalhadora, defendendo os interesses da categoria bancária. Um sindicato importantíssimo para o Comando, pelo compromisso que tem na luta pelos direitos dos bancários e bancárias. E, neste momento da pandemia, em que precisamos defender os empregos e a vida, é muito importante essa unidade nacional”, comenta Juvandia.
Sendo uma das entidades representativas mais antigas do Estado de Mato Grosso do Sul, o SEEBCG-MS é um sindicato respeitado dentro e fora do Estado. São lutas diárias para conquista ou manutenção dos direitos dos bancários e contra o desmonte dos bancos públicos, medidas provisórias que precarizam o trabalho bancário e luta pela garantia do emprego.
Nem sempre a categoria tem força para barrar a retirada de direitos, entretanto, a união da classe bancária consegue, na maioria das vezes, minimizar os efeitos danosos contra os trabalhadores.
Quanto mais a categoria participa e se mantém junta ao sindicato, maiores são os benefícios. A atual presidente do sindicato, Neide Rodrigues, está há vinte anos no movimento sindical e define bem o momento que os trabalhadores brasileiros estão vivendo.
“Participei de muitas mobilizações e greves, indo para a frente das agências, lutando pelos nossos direitos. Passei por anos que avançamos nas conquistas e agora, estamos passando por um dos piores momentos para a classe trabalhadora em geral. Mas não desanimamos, estamos na luta, seja nas agências, nas negociações com os bancos ou nas articulações políticas”, ressalta Neide.
Este ano, mais do que nunca, a saúde e a vida dos bancários têm sido a pauta principal do sindicato. Com a epidemia do coronavírus, o SEEBCG-MS tem tomado medidas para conter a disseminação do vírus e proteger os bancários, seus familiares e os clientes e, desde o início, vem cobrando da direção dos bancos e de outros órgãos do governo a adoção de medidas eficazes em proteção à saúde dos bancários e da população.
Esta tem sido a história do sindicato, que foi fundado em 25 de maio de 1959, quando um grupo de jovens bancários se reuniu para a criação da Associação Profissional dos Empregados Bancários de Campo Grande. A disputa pela direção da entidade foi concorrida, com a inscrição de cinco chapas, sendo que dos 71 bancários votantes, 27 elegeram a chapa 1, tendo como presidente o bancário Dirceu Alves de Prado.
Mas somente em 1963, por meio da Carta Sindical outorgada pelo Ministério do Trabalho, a Associação tornou-se o Sindicato dos Trabalhadores em Atividades Bancárias de Campo Grande.
Com o golpe militar de 1964, o movimento sindical sofreu intervenção e chegou a ser interrompido, com a prisão dos principais dirigentes bancários da época.
Somente na década de 1980, o sindicalismo bancário retoma com mais vigor os trabalhos de representação sindical e, nos anos seguintes, foram pelo menos 8 greves consecutivas, o que resultou na Convenção Coletiva de Trabalho nacional, em 1992, com conquistas importantes para todos os bancários: aumentos reais de salários todos os anos (doze anos consecutivos de aumento salarial acima da inflação), licença-maternidade de seis meses, PLR, extensão de direitos a casais homoafetivos, cesta-alimentação, vale-cultura.
E, em função da tradição de luta do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, a entidade passou a integrar, a partir de 2007, o Comando Nacional dos Bancários, órgão colegiado responsável pelas principais decisões sobre as campanhas bancárias em todo Brasil.
O presidente da Fetec-CUT/CN, Cleiton dos Santos, parabeniza os bancários e bancárias de Mato Grosso do Sul, assim como a sua diretoria pela história de luta nesses 61 anos.
“O Sindicato dos Bancários de Campo Grande e Região se renova a cada dia inspirado na luta daqueles que sempre fizeram a defesa da classe trabalhadora”, disse Cleiton.
Neide Rodrigues faz um agradecimento especial a atual diretoria, a todos os ex-presidentes da entidade pelo legado de conquistas, aos diretores que se dispuseram a lutar pela categoria e aos bancários que estão sempre juntos com o sindicato, participando, cobrando, sugerindo e apoiando financeiramente a luta que é de todos.
“Os dirigentes sindicais escolhem ser os representantes da categoria, mas um sindicato forte só existe com a participação de todos. Não temos outro caminho para manter tudo que conquistamos. Categoria unida, Sindicato forte”, finaliza Neide Rodrigues.