Na contramão do ataque à Caixa 100% pública, a partir da MP 995, o Sindicato tem dialogado com parlamentares para derrubar a medida de Jair Bolsonaro. Nesta semana, reuniões na segunda-feira (17), entre diretores do Sindicato e os deputados federais do DF Julio César Ribeiro (PRB) e Professor Israel (PV) e, na tarde desta terça-feira (18) com o Senador Reguffe, permitiu ao Sindicato apresentar os pontos e projetos que atacam e ameaçam a existência dos bancos públicos.
O movimento do Sindicato é desdobramento da articulação chamada na semana passada pela Fenae e Contraf-CUT com as entidades que representam os trabalhadores da Caixa.
“A atuação do Sindicato e das demais entidades precisa ser rápida e com muita qualidade, pois a manobra do governo Bolsonaro para promover a entrega da Caixa com esta medida, se não combatida, prejudicará enormemente o banco público”, destaca o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.
O dirigente esclarece que o movimento traçado pela entidade “a partir da busca de diálogo com todos os parlamentares do DF é constituir uma frente ampla de deputados e senadores para proteger os bancos públicos, cujo papel principalmente em cenários de crise social como o atual, se coloca ainda mais indispensáveis para o país e para os brasileiros”.
A reunião com o deputado Professor Israel, realizada de forma virtual, contou com a participação das diretoras do Sindicato Fabiana Uehara, Leny Valadão, a diretora da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Elis Regina, e o diretor da Fenae, Jair Pedro, informou que os 9300 empregados da Caixa no DF serão duramente impactados caso a MP seja aprovada. Ciente dos riscos do fatiamento, o deputado destacou que a forma como se dá a venda de uma subsidiária pode afetar muito a estrutura da empresa. Professor Israel se comprometeu a levar o tema para debate com outros parlamentares e para a Frente em Defesa do Serviço Público, da qual faz parte.
O encontro presencial com o deputado Julio César contou com a contribuição da diretora do Sindicato e empregada da Caixa, Rafaella Gomes. A conversa teve início com a exposição da importância da empresa em diversas áreas e a nível distrital e nacional. De acordo com o parlamentar, a pauta ainda foi discutida internamente no partido e que, o fato do PRB ser um partido de centro-direita, a privatização é bandeira defendida pela legenda.
Entretanto, os dirigentes do Sindicato solicitaram que a mobilização dos bancários e bancárias fosse levada em consideração quando a questão foi pautada pelo partido. Durante a reunião, Julio frisou que o papel social da Caixa é considerado especial, porém, preferiu não declarar posição favorável ou contrária à demanda dos trabalhadores, uma vez que não há acordo no partido.
“A defesa da Caixa e dos demais bancos públicos é uma frequente na atuação do Sindicato nos mais diferentes espaços. Contamos com a participação dos bancários e bancárias em mais esta campanha, cobrando dos parlamentares eleitos pelo povo do DF que defendam este que é um patrimônio essencial para o desenvolvimento econômico e social do país”, destacou o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.
Na semana passada, o Sindicato enviou ofício a todos os parlamentares eleitos pela população do DF para que se posicionassem em defesa da empresa, votando contra a aprovação da medida provisória que permite o fatiamento da Caixa Econômica Federal em várias empresas, por meio da criação de subsidiárias a serem vendidas posteriormente. O documento também pedia apoio às emendas propostas pelas representações dos trabalhadores, inclusive as apresentadas pelo Sindicato dos Bancários de Brasília – as de números 151, 152, 189 e 191.
Rafaela Gomes, diretora do Sindicato, destaca que “é importante a sensibilização dos parlamentares para a relevância do papel da Caixa e, consequentemente, a importância de mantê-la 100% pública produzindo assim resultados favoráveis para o Brasil e principalmente para a população mais vulnerável”.
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Há agendamento de encontro com os senadores Reguffe (Podemos) e Izalci Lucas (PSDB) para esta semana. Por telefone, nesta tarde, Reguffe solicitou que o Sindicato encaminhasse as informações levantadas mais sensíveis ao conjunto dos trabalhadores para construir sua defesa do banco. Kleytton argumentou que, por se tratar de uma medida provisória, os efeitos são imediatos e eficácia plena.
“Ao senador, colocamos que é de interesse do bancário e da bancária que a matéria retorne e, sendo do interesse do governo, que a coloque à disposição do povo para a discussão necessária para tomar qualquer atitude em relação à integridade da empresa enquanto pública”, finalizou Morais.
“Defender os bancos públicos, em especial a Caixa que está sendo atacada neste momento é importante para toda a sociedade. Enquanto houver desigualdades é necessário um banco como a Caixa. Qualquer desmembramento da empresa vai afetar também o papel social que ela tem. Vamos continuar defendendo a Caixa 100% e para todos”, frisou a diretora do Sindicato e coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara.
Para a diretora da Fetec-CUT/CN, Elis Regina, “devemos nos mobilizar para manter a Caixa 100% pública. Temos o apoio da população que sabe da importância da empresa para todo Brasil e contamos com a ajuda dos parlamentares para derrubar a MP 995 que visa fatiar os negócios da Caixa, mas precisamos nos atentar pois o desgoverno atual juntamente com Pedro Guimarães sabem que não dependem da MP 995 para fazer o IPO da Caixa Seguridade e demais subsidiárias”.
O Sindicato espera que, reconhecendo a importância da Caixa e o risco que o fatiamento representa, mais parlamentares se somem à luta que já mobilizou centenas de entidades.
Joanna Alves
Do Seeb Brasília