Brasília - Encerrada a Campanha Nacional 2015. Mas a batalha da categoria para melhorar as condições de trabalho continua, com o Sindicato na luta pelo fim do assédio moral e das metas abusivas.

Com relação à Caixa Econômica Federal, o objetivo é efetivar as contratações dos aprovados no concurso público realizado pela empresa em 2014. O certame, um dos maiores da história da Caixa, resultou em 32.879 aprovados de um total de mais de 1 milhão de inscritos. Mas, até agora, apenas 3.182 foram convocados e, desses, só 2.482, admitidos.

No entendimento do banco, esse número cumpre o que dispõe a cláusula 50 do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2014/2015, que prevê a realização de um estudo para dimensionar as admissões a serem feitas até dezembro deste ano ou, efetivamente, contratar os aprovados até junho de 2016, data de validade do concurso.

“Mas nós discordamos desse entendimento. As admissões não servem para repor nem mesmo o número de desligamentos na empresa. Para falar a verdade, mais de 3 mil trabalhadores já deixaram o banco este ano devido ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA)”, ressaltou o secretário de Formação do Sindicato, Antonio Abdan.

Segundo Abdan, que também é empregado da Caixa, a redução no número de contrações acaba por prejudicar os usuários, que sofrem com as constantes filas, e os empregados, os quais adoecem devido à crescente sobrecarrega de trabalho.

“Não tem porque continuar com essa situação, pois existe autorização dos órgãos reguladores para que a Caixa funcione com 103 mil empregados. Em 2014, o montante chegava a 101 mil. Hoje, não passa de 98 mil. Ou seja, há espaço para cerca de cinco mil novas contratações”, completou.

“É lastimável o posicionamento da Caixa que insiste em frustrar as expectativas de concursados, empregados e de toda a sociedade que espera por um serviço de qualidade.”

Audiência pública

A Procuradoria Regional do Trabalho da 10ª Regional, em audiência realizada na quinta-feira (5), concedeu prazo de 20 dias para que a Caixa apresente um cronograma de contratação dos aprovados no último concurso.

Na ocasião, a Procuradoria recomendou ainda que, na realização de novos concursos públicos, a empresa passe a determinar o número exato de contratações e elimine a prática usual do cadastro reserva.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília