A manhã dessa quinta-feira, 28 de novembro, foi marcada por um protesto do funcionalismo do Banpará convocado pelo Sindicato dos Bancários e pela Afbepa, na matriz do Banco do Estado, em Belém, para exigir melhores condições de trabalho nesse processo de renegociação de dívidas dos servidores públicos estaduais.
Isso porque, desde o dia 19 de novembro o Banpará deu início a um processo de repactuação de dívidas com os servidores para operações de crédito mais vantajosas, com taxas de juros reduzidas, prazo para pagamento ampliado, Cheque especial, empréstimo consignado, Banparacard (BCard) e outras opções financeiras que visam a diminuição do endividamento da categoria.
A medida é justa e atende reivindicação pertinente dos servidores. O problema é que não houve planejamento por parte do banco para prestar um atendimento bancário para essa enorme demanda. Agências abriram com pouca gente para atender, além de intermitência do sistema tecnológico, o que só amplia a jornada, tornando-a extenuante.
Desde o dia 19 de novembro as agências do Banpará estão abrindo ora às 8h, ora às 10 horas da manhã para atendimento ao público. Bancários e bancárias do Banpará estão desde então cumprindo jornada de até 12 horas de trabalho contínuo, sem pausa para descanso, sem escala de trabalho, sem pessoal suficiente para atender a enorme demanda diária de público, sem suporte tecnológico e sem segurança adequada, e sem nenhum calendário de renegociação. O Banpará precisa fazer um planejamento mais adequado para atender essa demanda e a diretoria do banco informou que aproximadamente 60% do funcionalismo público já fez a renegociação da dívida.
Diante dessa situação calamitosa para o funcionalismo do Banpará, o movimento bancário apresentou em Carta Aberta à população, aos servidores e ao Governador do Pará as seguintes exigências à direção do banco:
– Calendário de renegociação: com escala de serviço, pois hoje os bancários e bancárias estão trabalhando até 12 horas por dia, sem pausa para descanso;
– Contratação imediata de pessoal: Para garantir atendimento digno à população;
– Pagamento integral de todas as horas extras trabalhadas: nos termos do acordo coletivo;
– Que o banco se responsabilize: pela não-conferência tempestiva dos contratos.
“Reafirmamos que não queremos paralisar o processo de repactuação de dívidas com os servidores. Queremos e exigimos respeito, planejamento e condições de trabalho adequadas para que o funcionalismo do Banpará possa cumprir sua missão da melhor forma possível. Afinal, no marketing do banco, o maior patrimônio do Banpará é o funcionalismo!”, destaca o presidente do Sindicato dos Bancários do Pará, Gilmar Santos.
Reunião com o Banpará
Logo após a manifestação em frente à matriz do banco, uma equipe de sindicalistas composta pelas dirigentes Vera Paoloni, Érica Fabíola e pelo dirigente José Maria Costa, juntamente com a presidenta da Afbepa, Kátia Furtado, conseguiu uma audiência com o presidente do Banpará Braselino Assunção e os diretores Jorge Antunes e Paulo Arévalo.
A representação dos trabalhadores expôs toda a situação de jornada extenuante de colega e exigiu o pagamento integral das horas extras, nos termos do acordo coletivo. O Banco informou que tem 32 bancários da Matriz nas agências para ajudar no atendimento e garantiu que todas as horas extras serão pagas, nos termos do acordo coletivo.
Na oportunidade as entidades também solicitaram nova revisão da taxa de juros para os funcionários do banco, a fim de reduzir as taxas. O presidente do Banpará disse que vai solicitar estudo à diretoria financeira e que dará resposta sobre isso na reunião do próximo dia 3 de dezembro, com indicação positiva.
“Cobramos a incorporação de função dos adoecidos e obtivemos a informação que a portaria sairá no dia 2 de dezembro. Também solicitamos que gerentes regionais continuem rodando agências, atentos às situações encontradas. E também cobramos a contratação de pessoal e banco. Consideramos boa e produtiva a reunião que tivemos. Importante que cada colega anote seu quantitativo diário de horas extras trabalhadas. Foi boa e produtiva a reunião. Continuaremos atentas e fiscalizando as condições de trabalho dos colegas”, informa a diretora sindical e funcionária do Banpará, Vera Paoloni.
Ação na Justiça do Trabalho
Outra iniciativa do Sindicato dos Bancários frente a essa turbulência vivida pelo funcionalismo do Banpará foi ingressar com Ação Civil Pública no Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região, com pedido de Tutela de Urgência, para que o Banco suspenda, temporariamente, o programa de renegociação de dívidas e oferta de concessão de crédito aos servidores estaduais até que o Banpará elabore calendário ou cronograma de atendimento que evite a superlotação das agências e, consequentemente, que o Banco seja obrigado a respeitar o Art. 59 da CLT, não podendo exigir mais de duas horas extras diárias de seus empregados.
A ação também reivindica que, uma vez concedido o pedido de tutela de urgência antecipada, o Banpará seja intimada para o imediato cumprimento da medida, sob pena de multa diária no importe de R$ 50.000,00 por empregado.
Fonte: Bancários PA