Nessa terça-feira (9), o Sindicato e o BRB realizaram mais uma mesa de negociação tendo como tema principal as reclamações de atitudes do banco em relação à segurança da vida dos bancários que estão na linha de frente nas agências, no caso de contaminação da unidade por Covid-19. Inúmeras denúncias dos funcionários indicam que o banco promoveu alteração unilateral no atendimento do Protocolo 2, colocando em risco a vida dos bancários e bancárias que atuam nas agências.
Ao ser cobrado pelo Sindicato, o BRB argumentou que estaria fazendo um trabalho baseado em levantamento estatístico conduzido por sua área de saúde, a GEVIT, tendo como parâmetro a proximidade com o contaminado. Porém, as denúncias feitas pelas delegadas e delegados sindicais, assim como por outros funcionários, revelam que o Protocolo 2 vinha sendo, de fato, desconsiderado pelo banco. Houve relato de trabalhador que ligou para a GEVIT e foi informado que o protocolo estaria sendo alterado para ficar próximo do praticado no Banco do Brasil e na Caixa.
“O Sindicato não vai aceitar retrocessos nos protocolos e ações que foram construídos para preservar a vida das nossas trabalhadoras e nossos trabalhadores, porque qualquer ação errada ou incompleta pode significar a morte, como vem acontecendo no Brasil e em países que afrouxaram a luta contra o Covid-19, o que é inaceitável”, afirma o diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa da Rocha.
“A defesa a vida, nesse momento em que a contaminação no Brasil por Covid-19 chega em níveis altíssimos, é a única saída. Devemos avançar e não retroceder”, complementa o diretor Alexandre Assis.
O Sindicato propôs ao banco que, em caso de contaminação de uma unidade ou agência, a informação seja imediatamente repassada à entidade, seja durante o dia ou à noite. O objetivo é assegurar proatividade e efetividade nas medidas a serem tomadas para cumprimento dos protocolos. A limpeza da unidade após a contaminação é um dos itens que mais preocupam os funcionários das agências em que colegas testaram positivo. O banco informou que essa é uma ação coordenada pelo GESEG e que o assunto será levado à diretoria de Pessoas, a DIPES.
“Com a informação sendo repassada imediatamente para o Sindicato, poderemos atuar de forma tempestiva e incisiva para garantir a segurança dos trabalhadores, já que não temos subordinação a nenhum diretor ou gerente do banco que esteja mais preocupado com resultados e funcionamento da agência do que com a saúde e a vida das bancárias e bancários”, diz Ronaldo Lustosa.
Insalubridade e risco no SAAN/SUCER
Outro ponto abordado na reunião foi a situação dos funcionários que estão no SAAN/SUCER. O setor já registrou caso de Covid-19 e é apontado pelos funcionários como insalubre. O Sindicato cobrou providências imediatas do banco e este, a princípio, negou haver situações de insalubridade no local. Os representantes dos funcionários reafirmaram a existência do problema e abordaram a informação de que o banco vem estudando a mudança do setor, mas sem tirar a ideia do papel. Os negociadores do BRB ficaram de tratar do tema com a área responsável e dar retorno posteriormente.
Lockdown
Foi abordado na mesa de negociação a questão do lockdown decretado pelo governo do Distrito Federal em algumas cidades, como Ceilândia. O entendimento do Sindicato é de que deixar os bancos abertos, atraindo as pessoas que moram nessas cidades para as ruas, não é uma medida efetiva. A entidade apontou a necessidade de fechamento de todos os bancos nas cidades abrangidas pelo decreto, para que todos os trabalhadores fiquem em casa. O BRB argumentou que, pelo fato de o decreto colocar os bancos como atividade essencial, não há como deixar de segui-lo.
Área jurídica
A mesa de negociação abordou também denúncias recebidas pelo Sindicato sobre situação de trabalho e atitudes na área jurídica do banco. A nova diretora da área, Hellen Falcão, ouviu o relato da representação dos trabalhadores, agradeceu o diálogo, e afirmou que vai atuar nas questões apontadas. O Sindicato se colocou à disposição para contribuir com as soluções que visem o bem-estar dos trabalhadores.
Ultratividade do acordo coletivo
O Sindicato defendeu ainda a ultratividade do acordo coletivo até que seja construído um novo acordo entre as partes e reafirmou sua posição de que o retorno ao trabalho se dê no melhor momento apontado pelas autoridades de saúde e seja negociado em mesa, conforme entendimento já estabelecido entre o BRB e a representação dos trabalhadores.
Da Redação