Belém PA - Os problemas físicos nas agências bancárias do Pará como central de ar e bomba de água quebradas ratificam ainda mais que os motivos da greve da categoria, que completa 11 dias nesta sexta-feira (16), vão além de melhores salários.
“Não basta ter só mais dinheiro no bolso, queremos ter condições de trabalho decente. É praticamente impossível conseguir desenvolver as atividades em um ambiente sem refrigeração somado ao calor do lado de fora, não ter água sequer para lavar as mãos, como se encontra a agência do Itaú na Boaventura da Silva. Esses problemas são os menores se comparados com os que os nossos colegas no interior passam, como prédios com rachaduras, mofo, fiação elétrica exposta, maquinários quebrados, além de tantos outros. Enquanto que os grandes executivos trabalham em espaços impecáveis”, alega o diretor do Sindicato e funcionário do Itaú, Sandro Mattos.
Além da categoria, os clientes e usuários também sofrem com o descaso e ainda pagam altas taxas bancárias. Na tabela divulgada pelo Banco Central, sobre juros cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a taxa anual no Itaú chega a 631,30%, a maior entre os seis maiores bancos do país (BB, Caixa, Itaú, Bradesco, Santander, HSBC).
“Por isso pedimos o apoio e compreensão da população nesse período. Sabemos que a greve causa transtornos, mas essa é o nosso único e mais eficaz meio de conseguirmos o que não foi atingido nas mesas de negociação. Os banqueiros não têm motivos para não atenderem às nossas reivindicações, pois é um setor que desconhece a crise graças ao nosso trabalho e as elevadas taxas e juros cobrados dos clientes e usuários. Mas a ganância e a intransigência da Fenaban dificultam no avanço das negociações e, portanto temos que mostrar a eles o tamanho da nossa indignação, e esse sentimento se demonstra na greve”, afirma a presidenta do Sindicato, Rosalina Amorim.
Banpará negocia na próxima segunda-feira (19) – Depois de tentar jogar o funcionalismo do Banpará contra o Sindicato (leia aqui a nota das entidades), a direção do banco acata proposta da entidade sindical e confirma nova rodada de negociação específica para a próxima segunda-feira (19), às 16 horas, em Belém.
Sua agência parou? Mande fotos do movimento – Ajude a construir nosso mural da greve pelo Estado enviando fotos do movimento em sua agência para comunicacao@bancariospa.org.br. Não se esqueça de informar também o município.
Sua agência não parou e você está sendo coagido? – Denuncie ao Sindicato pelo mesmo e-mail informado acima ou entre em contato com o setor jurídico da entidade no (91) 3344-7769. Em todos os casos, o sigilo do trabalhador é garantido.
Principais reivindicações da categoria:
Reajuste salarial de 16% (incluindo reposição da inflação mais 5,7% de aumento real);
PLR: 3 salários mais R$7.246,82;
Piso: R$3.299,66 (equivalente ao salário mínimo do Dieese em valores de junho último);
Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$788,00 ao mês para cada (salário mínimo nacional);
Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários;
Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações diante dos riscos de aprovação do PLC 30/15 no Senado Federal, além da ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas;
Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários;
Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós;
Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, conforme legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários;
Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transexuais e pessoas com deficiência (PCDs).
Fonte: Bancários PA