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19 de Janeiro de 2021 às 07:57

Saúde: Sindicato oferece serviço de escuta clínica do trabalho


Você não está sozinho: campanha “Janeiro Branco” chama atenção para as questões de saúde mental e Sindicato oferece escuta clínica do trabalho como ação para promover uma cultura de saúde mental do trabalhador

Você tem se sentido triste, sem ânimo, sem interesse pelas coisas que antes gostava de fazer? Você tem tido dificuldade de relaxar? Tem se irritado por qualquer coisinha? Tem tido dificuldades para dormir? Se sim, atenção! Esse é o estado da maioria dos bancários e bancárias que buscam o projeto “Escuta Clínica do Trabalho Bancário”,  oferecido pela Secretaria de Saúde gratuitamente para toda categoria, realizado em parceria com o GEPSAT – grupo de pesquisadores especializados em saúde do trabalhador sob a coordenação acadêmica do Laboratório de Psicodinâmica e Clínica do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB).

Considerando que o primeiro mês do ano sempre traz com ele expectativas de renovação e que, ao mesmo tempo, vem acompanhado de dúvidas sobre o futuro, em 2014 um grupo de psicólogos de Minas Gerais elegeu o mês de Janeiro para conscientizar a população sobre a importância da saúde mental e dos cuidados com ela. No Sindicato dos Bancários de Brasília, não só em janeiro, mas durante todo o ano, desde 2014 contamos com a iniciativa pioneira da Escuta Clínica do Trabalho Bancário.

Nesse espaço já foram recebidos 196 bancárias e bancários e realizados mais de 1000 atendimentos individuais. Na Clínica do Trabalho, como também é conhecido o projeto, as trabalhadoras e trabalhadores têm a possibilidade de compartilhar seu sofrimento no trabalho durante atendimentos individuais com profissionais qualificados. O objetivo é construir novos caminhos para si mesmo e para o trabalho através de sua fala enquanto trabalhador ou trabalhadora. Esse processo de fala e escuta é fundamental em um mundo do trabalho onde o silêncio e a invisibilidade tem se tornado estratégias de sobrevivência. Embora os cuidados da saúde sejam vistos por muitos como um luxo, saiba que todos têm direito à saúde mental. 

Cuidar da saúde não é um luxo, não é  “fazer corpo mole”, é um direito que não pode ser negligenciado como tantos outros que tem sido perdidos, especial o direito ao trabalho. Qual bancária e bancário não conhece pelo menos um colega que, ao se afastar por motivos de saúde, foi abandonado, excluído do ambiente de trabalho ou demitido quando de seu retorno?

Com o cenário da pandemia tem se agravado os impactos negativos antes já nefastos das reestruturações do trabalho bancário.  A inserção de novas tecnologias no trabalho geralmente é antecedida de promessas de modernização e de redução de carga de trabalho e sucedida por reduções de emprego, aumento de carga de trabalho e sobrecarga física e mental das trabalhadoras e trabalhadores. No atual cenário, não tem sido diferente. No nível pessoal, muitas mudanças nas rotinas pessoais e profissionais de forma improvisada. No nível social e organizacional, incertezas econômicas visíveis no crescente número de trabalhadores e trabalhadoras desempregadas e nas reestruturações das instituições bancárias e do trabalho bancário. Tantas incertezas tendem a agravar os já existentes sentimentos de medo, insegurança e isolamento característicos entre bancárias e bancários e acende o sinal vermelho para a categoria bancária parar e pensar sobre sua saúde mental. 

Apesar de essa ser uma realidade conhecida de muitas trabalhadoras e trabalhadores, falar de saúde mental no meio bancário ainda é complicado e o tema é cercado de silêncio e preconceito. Por parte dos bancos, as intervenções voltadas para a promoção de saúde no trabalho são direcionadas para os problemas físicos, predominando entre os trabalhadores estratégias muitas vezes solitárias para lidar com os problemas advindos do trabalho, sendo uma delas a automedicação. Quando essas estratégias individuais falham, o adoecimento físico e mental se manifestam e com ele a negação ou o desespero se instalam, uma vez que os discursos da qualidade total e da avaliação de desempenho individual alimentam o preconceito relacionado aos cuidados com a saúde. Assim, adoecer é visto como sinal de fraqueza e indisposição para o trabalho – mas não é.

Saiba que você não está sozinho! A Escuta Clínica do Trabalho continua em tempos de pandemia na modalidade on-line. Entre em contato com a Secretaria de Saúde do sindicato para agendar um atendimento!

Mais informações na Secretaria de Saúde do Sindicato pelo número 61 998011141 ou nos telefones (61) 3262 9000 e (61) 3262 9090.

Da Redação


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