Brasília - A Saúde BRB encontra-se hoje em uma situação financeira estável, com um fundo de reserva robusto que permite sua sustentabilidade no médio prazo. Porém, é fundamental que a engenharia do custeio do plano de saúde dos empregados do BRB se mantenha, o que significa que o aporte feito pela Associação dos Empregados do BRB (AEBRB) não pode sofrer interrupção. Esse aporte corresponde hoje a 25% das despesas assistenciais, algo em torno de R$ 13 milhões.
Atualmente está em curso um grupo de trabalho (GT) que discute exatamente a sustentabilidade da Saúde BRB no longo prazo. Os trabalhos apontam para a necessidade de uma pequeníssima elevação dos percentuais de contribuição tanto dos participantes quanto dos patrocinadores. O GT, após estudos atuariais, enfatiza que, sem a contribuição da AEBRB, o plano não se sustenta.
Por isso, preocupa o Sindicato e os empregados do BRB uma nota divulgada no último dia 3 de outubro, que diz haver sério risco do fim dos aportes da AEBRB, o que seria derivado do fim da exclusividade da exploração do balcão do banco pela BRB Card e pela Corretora de Seguros BRB.
Realmente, a grande fonte de receita da AEBRB (mais de 70%), com a qual consegue cumprir seu objetivo de contribuir para o financiamento da Saúde BRB, decorre da participação acionária na empresa BRB Card, que, por sua vez, controla a Corretora de Seguros e, por tabela, a BRB Serviços. Ou seja, é a utilização do balcão do banco que permite a comercialização dos produtos destas empresas que produzem o resultado da AEBRB, destinado quase exclusivamente à Saúde BRB.
A atual gestão da AEBRB, cujo Conselho Deliberativo foi eleito em 2016 com um discurso de absoluta transparência e de união, não teve a capacidade de construir a renovação do balcão, cujo contrato anterior, firmado em 2009 pela gestão anterior da AEBRB, findou-se em maio último, e o pior, não se comunicou com os associados (empregados do banco) apontando o risco da não renovação – fato gravíssimo.
Importante salientar também que a gestão anterior do BRB, cuja diretoria contava com cinco empregados de carreira, inclusive na presidência, também falhou na construção desta negociação. Lamentável que diante de tanta inépcia da gestão anterior do BRB, cujo marco foi a operação da PF ‘Circus Maximus’, ainda hoje permaneçam dois remanescentes daquela diretoria de triste memória na diretoria do banco.
A diretoria do BRB, caso sejam verídicas as informações tornadas públicas na nota referida, precisa ter clareza do que significa qualquer iniciativa de sufocação da AEBRB. O custeio da Saúde perderá uma fonte importante, cuja substituição terá de ser responsabilidade exclusiva das patrocinadoras, pois hoje os empregados são responsáveis por mais de 60% dos recursos aportados ao plano, considerando que o repasse da AEBRB é contribuição dos empregados.
Cabe ressaltar que o fim das contribuições da AEBRB implicará também a necessidade de contabilização do benefício pós emprego relativos à saúde dos empregados do BRB. Isso é uma determinação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e do Banco Central, e representa uma conta nada desprezível de aproximadamente R$ 300 milhões a serem reconhecidos no balanço do banco, impactando sobremaneira seus números, o que pode impor restrições importantes em sua operação, ou até inviabilizá-la.
“O que está em curso, a proceder as informações correntes, pode significar grande risco ao nosso plano de saúde, e também um sério risco à perenidade do BRB. Cabe à diretoria, especialmente ao presidente Paulo Henrique, que já fez inúmeras declarações a respeito do fortalecimento e perenidade do banco, esclarecer isso, para que possamos ter clareza da visão e das ações da gestão sobre o tema”, comenta Ronaldo Lustosa, diretor do Sindicato e conselheiro deliberativo da Saúde BRB.
Por fim, o Sindicato alerta que não aceitará piora no plano de saúde, e conclama ainda a todos os empregados do banco e também os aposentados a participarem da assembleia da AEBRB que ocorrerá no próximo dia 11, na AABR, às 19h, em segunda chamada, ocasião em que a questão poderá ser discutida com profundidade. Embora a assembleia seja uma convocação da AEBRB, os diretores do Sindicato dos Bancários de Brasília deixarão claros seus posicionamentos acerca do assunto.
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação