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22 de Novembro de 2016 às 06:57

Resultado do 3º trimestre do BRB não reflete a realidade


Crédito: Reprodução

Brasília - O resultado do BRB do terceiro trimestre de 2016 foi expressivo, com um lucro líquido de R$ 111,5 milhões. Este resultado, a princípio pode encher os olhos de todos, quando comparado com o resultado do primeiro semestre, que alcançou R$ 41,4 milhões. Ocorre que ele embute informações que geram preocupação no conjunto dos funcionários, pois aproximadamente 70% deste resultado é proveniente de resultado não recorrente. Neste caso específico, de reversão de provisões da ordem de R$ 118 milhões.

Comparativamente ao terceiro trimestre de 2015, houve um enorme crescimento. Porém, ao analisarmos os números das demonstrações dos resultados do banco, este lucro torna evidente que do negócio mesmo, ou seja, daquilo que é atuação do banco, o BRB continua com um desempenho aquém do seu potencial. Analisando algumas informações, pode-se perceber isto com mais clareza: o crescimento das receitas de intermediação financeira (9%), de operações de tesouraria (4%) e de prestação de serviços (1,5%), frente ao mesmo período de 2015, deixam claro que há um imenso caminho a ser percorrido pelo BRB para que ele possa apresentar a pujança que sua capacidade permite.

Por outro lado, as despesas de intermediação financeira recuaram timidamente (1,3%). E isso mesmo com uma estratégia de redução no custo de captação, que está impondo a parceiros do banco uma diminuição na possibilidade de ganhos financeiros, pois aplicadores parceiros, com grandes volumes aplicados, estão tendo suas taxas reduzidas “à força”, ao passo que o que se cobra destes aplicadores é incompatível com o próprio volume aplicado. Um caso notório é a situação da Cartão BRB, que obrigatoriamente se financia no banco. A Cartão está pagando ao BRB taxas superiores ao que conseguiria no mercado, e, por outro lado, recebe sobre suas aplicações, que são expressivas, um remuneração abaixo do que se conseguiria em outros bancos. Algo parecido também ocorre com a Saúde BRB e AEBRB em suas aplicações no BRB.

“Entendemos que os parceiros devem sim priorizar o BRB. Porém estes merecem um tratamento melhor por parte do banco. O BRB não pode querer só sacrifício de seus parceiros. Aqueles que contribuem expressivamente devem também ter uma contrapartida positiva”, afirma o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília Eustáquio Ribeiro.

Outro aspecto que chama a atenção nas demonstrações do terceiro trimestre é o índice de inadimplência do BRB (4,5%), bastante superior ao índice do sistema financeiro como um todo, que está em 3,7%.

“O BRB tem potencial, tem um quadro de funcionários capacitado. Porém, parece que a atual gestão ainda não está apontando um norte capaz de tirar o banco deste estado de desempenho insuficiente. O mercado está arredio, mas com criatividade é possível ao BRB retomar a ocupação do lugar que ele merece e precisa”, comenta Daniel de Oliveira, diretor do Sindicato.

Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação


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