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12 de Agosto de 2019 às 08:39

Privatização e reestruturação são alvos de protesto organizado pelos bancários do BB


Crédito: SEEB/BSB

Brasília - Os bancários e bancárias do Banco do Brasil realizaram nesta sexta-feira (9) mais um Dia Nacional de Luta contra o processo de reestruturação em curso e contra as ameaças de privatização da empresa. Em Brasília, o ato se concentrou no Edifício Banco do Brasil, na Asa Norte, com distribuição do Informativo Espelho e diálogo com os trabalhadores do prédio.

A manifestação, parte do plano de luta construído durante o Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, contou com a solidariedade e a participação de bancários da Caixa, do Itaú, do Santander e da Cooperforte, e de representantes da Federação Nacional dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Durante o ato, os dirigentes sindicais reforçaram a importância do Banco do Brasil para a sociedade brasileira. “A estratégia usada pela gestão do banco à mando do governo federal é de esvair o BB, mais uma tentativa de destruir o modelo de responsabilidade com o povo e entregar este patrimônio bicentenário nas mãos do capital estrangeiro. Para nós, brasileiros e brasileiras, está claro que não existe um plano de governo”, destaca o presidente do Sindicato e bancário do BB, Kleytton Morais.

Kleytton frisou ainda que “os bancários e bancárias do BB são chamados mais uma vez a resistir aos ataques orquestrados pela direção do banco. Assim como fizemos em outras empreitadas, daremos um grito uníssono de não à reestruturação, não à privatização do BB”.

O Plano de Adequação de Quadros (PAQ), anunciado no último dia 29 pelo banco prevê a extinção de funções, redução de postos de trabalho, fechamento de agências e departamentos. Essas mudanças impactam diretamente a vida dos funcionários do banco e da população, já que áreas nevrálgicas para o banco.

Representante da Fetec-CUT/CN na Comissão de Empresa e secretário de Imprensa do Sindicato, Rafael Zanon destaca que “pesquisas mostram que a maioria da população é contra a privatização do BB. Como o atual governo não respeita a opinião do povo e está aí para atender o interesse do mercado financeiro privado, ele vai usar tudo que tiver ao alcance pra tentar vender a empresa. Assim, é preciso união do funcionalismo para manter o BB público”.

“Não é uma política para melhorar o banco e os serviços oferecidos. São medidas que visam apenas privatizar o BB. O próprio presidente, que não é funcionário de carreira do banco, já afirmou publicamente que tem interesse de privatizar. Este é um ataque claro à classe trabalhadora e ao povo brasileiro”, disse Ricardo Machado, diretor do Sindicato.

“O governo federal usa uma estratégia sincronizada de ataque e destruição do patrimônio público. No BB, eles dão um nome bonitinho para disfarçar a real intenção deste Plano de Adequação, que é liquidar com o banco. No caso da Caixa, vemos a mesma intenção de avançar sobre a empresa pública quando o governo tenta privatizar a Lotex, a entrega do FGTS para os bancos privados, etc. Precisamos lutar pela manutenção da soberania nacional, que também está sob ameaça com este governo”, comentou Maria Gaia, diretora da Fetec-CUT/CN e empregada da Caixa.

Só no primeiro semestre deste ano, o BB alcançou um lucro de R$ 8,679 bilhões, 38,5% de crescimento em relação ao mesmo período de 2018.

“É preciso lembrar que esse lucro bilionário é fruto do trabalho grandioso realizado por cada funcionário deste banco, mesmo enfrentando uma série de tentativas de desmonte. A nossa resposta, enquanto trabalhadores de uma empresa com 210 anos de história deve ser a unidade. Precisamos reaver o sentimento de pertencimento à classe trabalhadora e ir para o enfrentamento em defesa do Banco do Brasil e do nosso país, do futuro desta nação”, afirmou Jefão Meira, secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT e bancário do BB.

Os bancários ainda enfrentam no Congresso Nacional a tramitação da Medida Provisória 881, transformada em Projeto de Lei de Conversão, “mais uma ação patronal, mais um acinte ao direito do trabalhador bancário, já que a MP pretende ampliar a jornada de trabalho para os sábados, domingos e feriados”, completou Jefão.

 

 

 

Joanna Alves
Do Seeb Brasília


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