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2 de Março de 2020 às 15:00

Pressão e assédio fazem casos de LER/DORT voltarem


Quem pensava que os avanços tecnológicos por si só reduziriam os riscos dos trabalhadores adquirirem Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort), estava enganado. Associada a cobrança abusiva de metas e pressão sobre os trabalhadores por desempenho, o trabalho dos bancários em agencias digitais, por exemplo, tornou-se um local propício para que as LER/DORT se alastrassem na categoria. Neste dia 28 de fevereiro, Dia Internacional de Prevenção às LER/DORT, é preciso debater o quão as novas formas de trabalho tem sido potencializadoras destas doenças.

Para o secretário de saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Carlos Damarindo, a tecnologia não pode ser culpada pelo adoecimentos, mas o uso como os bancos tem feito desta tecnologia.

“Com o crescimento das agências digitais, vemos bancários que precisam atender em vários canais simultaneamente durante muitas horas por dia, o que faz com que ele desenvolva não só doenças nos músculos e ligamentos, mas também problemas auditivos, por exemplo. Além disso, o estresse, a cobrança abusiva de metas e o assédio moral faz com que as LER/DORT venham acompanhadas de doenças depressão, ansiedade e síndrome do pânico”, alerta o dirigente.

Dados do INSS

A redução nos postos de trabalho, aumento da carga horária e do volume de trabalho e a sobrecarga de maneira geral também tem impacto direto nos números das LER/DORT entre os bancários o que causa, por sua vez, um aumento no impacto dos custos da doença no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com afastamentos, pensões e até mesmo aposentadorias.

Segundo dados do INSS, a categoria bancária adoece 150% vezes a mais que a população em geral em relação às LER/DORT. Entre 2012 e 2017, 24.514 afastaram-se por doenças relacionadas ao trabalho. Destes, 12.678 afastaram-se por tendinites, bursites ou lesões no túnel do Carpo, consideradas LER/DORT, o que representa 51,71% do total.

Fonte: SEEB/São Paulo


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