Quem pensava que os avanços tecnológicos por si só reduziriam os riscos dos trabalhadores adquirirem Lesões por Esforços Repetitivos (LER) ou Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (Dort), estava enganado. Associada a cobrança abusiva de metas e pressão sobre os trabalhadores por desempenho, o trabalho dos bancários em agencias digitais, por exemplo, tornou-se um local propício para que as LER/DORT se alastrassem na categoria. Neste dia 28 de fevereiro, Dia Internacional de Prevenção às LER/DORT, é preciso debater o quão as novas formas de trabalho tem sido potencializadoras destas doenças.
Para o secretário de saúde do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Carlos Damarindo, a tecnologia não pode ser culpada pelo adoecimentos, mas o uso como os bancos tem feito desta tecnologia.
“Com o crescimento das agências digitais, vemos bancários que precisam atender em vários canais simultaneamente durante muitas horas por dia, o que faz com que ele desenvolva não só doenças nos músculos e ligamentos, mas também problemas auditivos, por exemplo. Além disso, o estresse, a cobrança abusiva de metas e o assédio moral faz com que as LER/DORT venham acompanhadas de doenças depressão, ansiedade e síndrome do pânico”, alerta o dirigente.
A redução nos postos de trabalho, aumento da carga horária e do volume de trabalho e a sobrecarga de maneira geral também tem impacto direto nos números das LER/DORT entre os bancários o que causa, por sua vez, um aumento no impacto dos custos da doença no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), com afastamentos, pensões e até mesmo aposentadorias.
Segundo dados do INSS, a categoria bancária adoece 150% vezes a mais que a população em geral em relação às LER/DORT. Entre 2012 e 2017, 24.514 afastaram-se por doenças relacionadas ao trabalho. Destes, 12.678 afastaram-se por tendinites, bursites ou lesões no túnel do Carpo, consideradas LER/DORT, o que representa 51,71% do total.
Fonte: SEEB/São Paulo