O presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, será convocado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquéritos (CPMI) que apura a divulgação de informações falsas, a chamada CPI das Fake News. Ele vai prestar esclarecimentos sobre a manutenção de publicidade no site bolsonarista Jornal da Cidade Online, denunciado pelo Sleeping Giants Brasil de ser um divulgador de mentiras. A página perdeu vários anunciantes da iniciativa privada.
O banco chegou a suspender a propaganda, mas, depois do protesto de Carlos Bolsonaro e da Secom da Presidência da República, recuou e decidiu restabelecer a publicidade.
O deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO) é quem vai fazer a convocação e cobrar responsabilidade do presidente do BB. “Ele está dobrando os joelhos para o filho do presidente, Carlos Bolsonaro, e seu gabinete do ódio”, disse o parlamentar ao Uol.
O deputado federal disse ainda que a decisão do banco é inadmissível, já que empresas privadas como Dell, O Boticário, Submarino e Telecine cancelaram os anúncios no Jornal da Cidade On Line. E questionou: “O próprio governo usa o dinheiro público para fazer ataques pessoais e arrebentar a honra de autoridades?”
“É muito importante chamar o presidente do BB para prestar esclarecimentos pois são denúncias muito graves, ainda mais pelo tamanho e importância do Banco do Brasil para todo país”, ressalta o secretário de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Ronaldo Lustosa.
Auditoria no banco
O representante dos funcionários na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Reinaldo Fujimoto, enviou um ofício ao comitê, no sábado (23), solicitando uma auditoria interna para investigar a veiculação de propagandas do banco no site.
O que é o Sleeping Giants Brasil
O Sleeping Giants Brasil é um perfil no Twitter inspirado em página semelhante criada em 2016 nos Estados Unidos. De acordo com a descrição, o perfil visa “impedir que sites preconceituosos ou de Fake News monetizem através da publicidade. Muitas empresas não sabem que isso acontece, é hora de informá-las”. Nos EUA, o movimento estancou a publicidade online dos principais influenciadores ultraconservadores. A onda contra as notícias falsas também desembarcou na Europa.
Da Redação com Brasil 247