As elites são abastadas e poderosas, portanto, por mais grave que seja o problema, sempre conseguem superar melhor e com mais rapidez. Por isso mesmo é que Bolsonaro se omite inteiramente perante as crises política, econômica, sanitária e social. Os magnatas que ele representa se safam na boa e quem sofre mesmo com o caos é a sociedade, principalmente as camadas mais pobres da população.
O inferno bolsonarista começou 2021 queimando ainda mais forte. O povo, claro. Fim do auxílio emergencial, que empurrará mais de 3,4 milhões de pessoas para a pobreza extrema, inflação em alta com aumentos insuportáveis nos preços dos gêneros de primeira necessidade, disparada do desemprego, que hoje já atinge mais de 14 milhões de brasileiros, além de descontrole absoluto no combate e prevenção à Covid 19, sem nem sequer ter um plano confiável de vacinação.
Como se não bastasse quadro tão tenebroso, a Ford anuncia o fechamento das plantas no Brasil. Os impactos no desemprego serão arrasadores. A cadeia produtiva em torno da indústria é vasta, decisiva para o comércio e serviços. A Mercedes Benz também está indo embora e a Chevrolet pode ser a próxima. A situação preocupa, e muito.
Assim como tem feito com importantes estatais, desmontando-as para privatizá-las, o governo divulga a dispensa de 5 mil funcionários do Banco do Brasil, com o fechamento de 361 unidades. Quer acabar com o BB, como vem fazendo com a Caixa. Os bancos públicos atendem programas sociais voltados aos mais vulneráveis e são essenciais a um projeto nacional de desenvolvimento.
O quadro é gravíssimo para o povo e também para as classes médias, particularmente as inferiores. O momento exige atitude e firmeza na busca pela democracia social, hoje o único meio de derrotar o ultraliberalismo neofascista.