Entre a expectativa do início da vacinação contra o novo coronavírus (Covid-19) no Brasil e o aumento dos casos e mortes pela doença em todos os cantos do país, brasileiros e brasileiras de diversas regiões do país fizeram panelaços e carreatas no fim de semana, antes do anúncio da aprovação das vacinas pela Anvisa, pedindo Fora Bolsonaro.
Desde semana passada, quando o país assistiu comovido à falta de oxigênio para pacientes com covid-19 ,em Manaus (AM), onde parte morreu por falta de ar, os pedidos de impeachment para Jair Bolsonaro (ex-PSL) têm crescido nas redes sociais, entre anônimos, artistas, intelectuais e uma parte da classe política.
Nesta segunda-feira (18), o Fora Bolsonaro continua sendo assunto no Twitter. A deputada federal, Maria do Rosário (PT-RS), disse que mesmo com o início da vacinação, o Brasil ainda tem muitos problemas para enfrentar. “O primeiro deles se chama Bolsonaro, que é gênese da grande crise que estamos: política, econômica e social. A vacina para esta grande crise é o impeachment deste genocida. #ForaBolsonaro”, afirma.
O ex-presidente do STF, Ayres Britto também defendeu impeachment de Bolsonaro pela mídia e disse que só tirando o governante central do poder é que se conseguirá manter a ordem constitucional no país.
Veja abaixo como foram os protestos que tiveram início na noite de sexta-feira (16) com panelaços em todo o país. O negacionismo da doença e o descaso de Jair Bolsonaro com as vidas de milhões de brasileiros desde o começo da pandemia foram os estopins para as mobilizações que aconteceram nas ruas e nas redes, durante todo o fim de semana.
Veja como foram os protestos pelos país
Sexta e sábado
No bairro das Perdizes, capital de São Paulo , o panelaço começou na sexta antes do horário marcado, às 20h30. Os moradores chamaram o presidente de genocida e além do Fora Bolsonaro, a população do bairro pediu #vacinajá.
Em Porto Alegre (RS), o barulho das panelas ecoou pelas ruas da cidade. Em Goiânia (GO), o grito de Fora Bolsonaro foi maior do que os barulhos das panelas em diversos condomínios. Em Juiz de Fora (MG), Fortaleza (CE), Botafogo (RJ), João Pessoa (PB), Caiçaras (MG) e Rio de Janeiro (RJ) e dezenas de outras cidades país afora, o barulho das panelas e o grito Fora Bolsonaro também foram ouvidos.
No sábado (16) também teve panelaços em diversas cidades brasileiras.
Domingo
No domingo (17) o dia foi de carretas em defesa do impeachment de Bolsonaro. Nos vídeos publicados nas redes sociais, a população grita “Fora, Bolsonaro”.
Nos altos da Avenida Afonso Pena em Campo Grande, capital do estado, participantes de uma carreata pediam para derrubar o projeto genocida do presidente, que tem ceifado a vida de milhares de brasileiros.
O Presidente da CUT-MS, Vilson Gregório comentou sobre a importância desta ação, “é o governo da morte, da desigualdade social, que a todo momento faz falas contra as vacinas. Nós queremos vacinas para todos e todas, é a hora de nos organizar e pedir o fora Bolsonaro”.
“Ele está protelando a vacinação da população, o Brasil está sem comando. Estamos aqui para mostrar a nossa indignação pelos milhares de mortos. Não queremos mais esse governo para o Brasil”, disse Vilson Gimenes, Presidente da CUT-MS à imprensa local.
Palavras de ordem que também ecoaram pelas ruas do centro de Campo Grande: “Fora Bolsonaro”, “Governo Genocida”, “Em defesa da vida e do emprego”, “Impeachment Já” “Fora Lixo” , marcaram a manifestação.
Segunda a organização do evento, aproximadamente 450 veículos participaram da carreata, que desviou de locais onde estavam sendo realizadas as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Em Brasília, em um ato na Praça dos Três Poderes, manifestantes pediam o Fora Bolsonaro e o chamavam de genocida. Uma faixa da mobilização explicava o tom da indignação: “Bolsonaro é inviável, o Brasil precisa de um futuro”.
O buzinaço contra a permanência do presidente no Palácio do Planalto e a favor da vacinação tomou conta das ruas de Belo Horizonte (MG), também neste domingo.
“Bolsonaro está sendo muito irresponsável na condução da pandemia”, afirma um dos organizadores, o engenheiro Ricardo Oliveira.
Os motoristas saíram da Praça Floriano Peixoto, no bairro Santa Efigênia, na região centro-sul da capital, e cruzaram os bairros Santa Tereza e Sagrada Família, ambos na região leste. Muitos levavam bandeiras com mensagem de “Fora, Bolsonaro” e usavam camisas vermelhas.
Segundo Oliveira, os manifestantes decidiram antecipar protestos que estavam marcados para o próximo sábado, 23 de janeiro, por causa da gravidade dos últimos acontecimentos em Manaus.
“Não nos contivemos em esperar mais uma semana. Imagina quanta gente pode morrer em uma semana”, diz.
Os organizadores estimam cerca de 100 veículos no protesto, que aconteceu pela manhã e fora do centro da cidade para não atrapalhar candidatos que fazem hoje do Enem.
Fonte: CUT