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22 de Julho de 2019 às 08:29

“Ou a gente se articula para fazer esse enfrentamento organizado, ou vamos levar mais pauladas”, afirma Carlos Cordeiro


Crédito: SEEB/RO

Porto Velho RO - O economista Carlos Alberto Cordeiro da Silva, ex-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) foi enfático, em sua palestra sobre Conjuntura Nacional “Desigualdade no Brasil – Um país desigual” (A rentabilidade sobre o patrimônio líquido dos bancos) quando afirmou que o movimento sindical está cometendo um grande erro por “não agir como antigamente”.

“Precisamos voltar a fazer reuniões com os trabalhadores no local de trabalho. Precisamos fazer uma boa reflexão dentro do Sindicato e ir para dentro dos locais de trabalho para trazer o trabalhador para o combate a essas Medidas Provisórias, essas leis que estão sendo impostas que afetam o trabalhador e suas famílias. O trabalhador precisa estar devidamente esclarecido para estar junto com o Sindicato na luta, pois isso é fundamental. Precisamos voltar a fazer aquilo que o movimento sindical fazia há muito tempo. Ou a gente assume o nosso papel de transformar essa realidade, de ir pra dentro das agências, de chamar esses trabalhadores para a rua, ou continuaremos a ter uma derrota atrás da outra. Ou a gente se articula para fazer esse enfrentamento organizado, ou vamos levar mais pauladas”, destacou.

Cordeiro, que também presidiu, por dois mandatos, da UNI Américas Finanças (que representa trabalhadores do ramo financeiro nas Américas e no Caribe) e que atualmente é membro do Conselho Diretivo da Contraf-CUT e membro do Observatório Social Metrópoles, explicou que a cada quatro anos os bancos dobram o seu tamanho, o seu lucro, e isso contrasta brutalmente com a realidade do trabalhador no país.

“É um absurdo o que está acontecendo com o emprego nesse país. São 13 milhões de desempregados, que representa 12,5% da população. Essa realidade está dentro da nossa casa, da agência bancária, e afeta as pessoas ao nosso redor e a nós mesmos. E falta trabalho para 26,3 milhões de pessoas, que incluem os subempregos. É violenta essa situação com a classe trabalhadora. Isso exige da gente uma ação para reverter essa situação. Temos que ter uma reforma tributária. Precisamos discutir nas bases a importância da reforma tributária. Uma senhora que ganha dois salários mínimos, ao final do mês, não pode continuar pagando 52% só em impostos. Por essas e outras que alguns estudos internacionais já apontam o Brasil como o mais desigual do mundo. E não adianta ter um PIB grande se não há distribuição correta de renda para todos”, acrescentou.

 

O CONGRESSO

“Não tenho dúvida nenhum que é o encontro de bancários mais representativo do país. O Sindicato de Rondônia tem mais de 95% de sindicalização e, mais uma vez, temas importantes e sérios foram debatidos - como a reforma da previdência, as medidas provisórias - e fechando com o momento em que os trabalhadores expõem os problemas de seu local de trabalho. Então o Congresso é muito bem elaborado, muito bem assessorado e que deve servir de modelo outros sindicatos”.

Fonte: SEEB-Rondônia

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