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18 de Abril de 2020 às 09:57

Novo ministro Nelson Teich tem a saúde como mercadoria


Caiu o ministro que usava o colete do SUS mesmo sendo ligado à saúde privada e entrou o apoiador irrestrito de Bolsonaro Nelson Teich. Entre os interesses envolvidos nessa troca, nenhum tem relação com a saúde da população.

O oncologista Nelson Teich, novo ministro da Saúde, é sócio de empresas que atuam no setor, entre as quais a consultoria em serviços médicos Teich Health Care. É fundador do grupo COI (Clínicas Oncológicas Integradas), em sociedade com Denizar Vianna, secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, pasta vinculada ao Ministério da Saúde.

O novo ministro atuou também como consultor informal na campanha eleitoral do Bolsonaro, em 2018, e até chegou a ser cotado para o cargo, mas acabou preterido por Mandetta.

Nelson Teich tem, portanto, perfil de médico empresário que tem a saúde como mercadoria e mantém laços políticos com gestores públicos. Nenhum vínculo construtivo com o sistema de saúde pública. É um estranho no ninho dos profissionais que há anos se dedicam ao Sistema Único de Saúde (SUS).

“Os bancários e a sociedade veem com muita apreensão a nomeação de Nelson Teich, em razão de ser um perfil de tolerância em relação à política genocida do governo Bolsonaro, com o agravante de ser alguém que sempre explorou a saúde como mercadoria, sem se voltar minimamente para os desafios do sistema público, que tem se mostrado imprescindível no enfrentamento à pandemia do coronavírus”, salienta Wadson Boaventura, secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec-CUT/CN.

Além disso, o ministro demonstrou também em vídeo feito durante o IX Fórum de Oncologia, em Brasília, e publicado no perfil do Facebook do Instituto Oncoguia, que o fator econômico pode determinar até mesmo em que paciente investir, se em um jovem ou em um idoso, quando os recursos forem insuficientes para salvar a vida de ambos.

“Como você tem dinheiro limitado, você vai ter que fazer escolhas, vai ter que definir onde vai investir. Tenho uma pessoa mais idosa, que tem uma doença crônica, avançada, e teve uma complicação. Para ela melhorar, vou gastar o mesmo que gastarei para salvar um adolescente que está com um problema. Só que um é um adolescente, que terá a vida inteira pela frente, e o outro é uma pessoa idosa, que pode estar no final da vida. Qual vai ser a escolha?”, argumentou Teich.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília


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