No último sábado (4/5), no 26º Encontro Estadual dos Bancários, em Ji-Paraná, a pesquisadora do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) Vera Lúcia Mattar Gebrim de Oliveira, apresentou números assustadores sobre a saúde dos bancários rondonienses.
A exemplo do que fez em março, no último ECOOP (Encontro dos Trabalhadores em Cooperativas de Crédito), ela voltou a apresentar os resultados da Pesquisa Estadual Sobre Saúde e Condições de Trabalho, realizada em 2023 por iniciativa do SEEB-RO.
E esta pesquisa mostrou que 93% dos bancários dos bancos públicos (Banco da Amazônia, Caixa e Banco do Brasil) e 96% dos bancários dos bancos privados (Bradesco, Itaú e Santander) tiveram algum problema de saúde física nos últimos anos, como dores nas costas, pernas e pescoço, hérnias, lombalgia, dores nos membros superiores, dores de cabeça, enxaqueca, problemas gastrointestinais, obesidade, distúrbios alimentares e até problemas cardíacos.
E no mesmo período, de acordo com a pesquisa, dois terços dos bancários dos bancos privados, e mais da metade dos bancários dos bancos públicos tiveram algum problema de saúde mental, como crise de ansiedade, síndrome do pânico, depressão e síndrome de Burnout.
Ela explica que o DIEESE, neste momento, não tem como fazer um comparativo com o cenário nacional, pois os demais estados não fizeram uma Pesquisa Estadual Sobre Saúde e Condições de Trabalho como o SEEB-RO promoveu em parceria com o DIEESE.
“No entanto, a pesquisa realizada no ano passado, em Rondônia, nos permite dizer, com total convicção, que estamos diante de um cenário muito preocupante. Os números apurados com as respostas na pesquisa mostram claramente uma incidência muito alta de pessoas acometidas de algum problema de saúde”, menciona.
“Por isso foi de extrema importância a iniciativa do SEEB-RO em promover esta pesquisa, pois é fundamental que tenhamos este levantamento sobre as consequências que o trabalho no ramo financeiro tem trazido para a saúde dos trabalhadores. Temos agora a noção exata deste quadro, para que o movimento sindical possa reivindicar melhores condições de trabalho e nas relações de trabalho, a fim de proporcionar uma melhor qualidade de vida para os bancários e bancárias. A gente espera que essa pesquisa se propague junto aos outros sindicatos, abrangendo os bancários de outras unidades da Federação”, concluiu Vera.