Cuiabá MT - A Federação do Nacional dos Bancários (Fenaban) apresentou uma proposta rebaixada e insiste na política de abono.
Essa proposta desrespeitosa, foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários, integrado pela Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), na mesa de negociação a nova proposta foi apresentada pela Fenaban nesta sexta-feira 9, quarto dia da greve nacional da categoria.
A proposta eleva de 6,5% para 7% o reajuste do salário (2,39% abaixo da inflação), da PLR e demais verbas salariais e aumenta o abono para R$ 3.300, mas continua ignorando as reivindicações sobre emprego, saúde, condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. Uma nova rodada de negociação foi marcada para a terça-feira 13 de setembro, às 14, em São Paulo. E, Comando orienta intensificar mobilização.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (SEEB/MT) e membro do Comando Nacional dos Bancários, Clodoaldo Barbosa, “a proposta foi rejeitada, pois a orientação da categoria é pela rejeição de proposta abaixo do índice inflacionário pois significa perdas presentes e futuras. Portanto, reafirmamos nosso posicionamento e recusamos essa proposta indecente que impôe arrocho salarial aos bancários e bancárias”, avaliou.
“Além de ser uma proposta insuficiente financeiramente, os banqueiros continuam indiferentes as nossas reivindicações como garantia de emprego, saúde e condições de trabalho, combate ao assédio moral, segurança e igualdade de oportunidades, que para nós são relevantes”, afirma o presidente do SEEB/MT.
“É preciso fortalecer a greve. Conclamamos cada bancário e cada bancária para se manter firme no movimento. Vamos para o convencimento dos colegas que ainda não entraram em greve e fortalecer a mobilização nesta segunda-feira. Só a luta te garante!”, completa.
Greve continua crescendo
A greve dos bancários entrou em seu quarto dia nesta sexta-feira (09.09) e continua forte na base de atuação do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso, que responde por 94 municípios. Destes 83 municípios tem agência paralisadas, totalizando 219 agências fechadas.
Lucros exorbitantes X Desemprego
Com os lucros nas alturas, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.
Bancários e bancárias convivem com um ambiente de trabalho adoecedor, com desgaste da saúde física e mental, em decorrência das metas abusivas, assédio moral e condições laborais inadequadas. A última estatística divulgada pelo INSS, entre janeiro e março do ano passado, revelou que 4.423 bancários foram afastados do trabalho, sendo 25,3% por lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares e 26,1% por doenças como depressão, estresse e síndrome do pânico, revelando que as doenças do sistema nervoso já ultrapassaram os casos de LER/Dort.
Fonte: Com informações da Contraf-CUT