Brasília - Mobilizar a categoria contra os desmandos do atual governo e conscientizar os bancários para garantir e conquistar direitos são grandes desafios que os novos delegados e delegadas sindicais terão que enfrentar nos próximos dois anos de mandato. Esse sentimento prevaleceu entre os presentes na posse dos 150 delegados sindicais do Banco do Brasil, da Caixa, do BRB, da Cooperforte, da Poupex, do Banrisul e do BNDES, realizada pelo Sindicato nesta quarta-feira (28) no Teatro dos Bancários.
Nesta linha, a deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou as conquistas dos trabalhadores, a exemplo da organização dos conselhos de delegados sindicais, que representam o elo do local de trabalho com a entidade sindical e enfatizou a coragem dos bancários. “Tenho a convicção que esta categoria que construiu a democracia neste país e que tem um ineditismo em conquistas na classe trabalhadora vai dar conta deste desafio e vai derrotar aqueles que querem tirar nossos empregos, nossos direitos e nosso patrimônio público. Carrego um orgulho imenso de ser bancária”, disse.
Além de enfatizar a responsabilidade dos delegados sindicais, os palestrantes convidados aconselharam os bancários a usarem o espaço de trabalho como um ambiente de mobilização e de circulação de ideias. “Este momento de crise nos exige coragem e solidariedade”, lembrou a presidente da Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (Abrat), Alessandra Camarano.
O advogado da LBS Eymard Loguercio também fez referência à coragem que os delegados tiveram em assumir a responsabilidade de representar os bancários. “Este é o pior momento para a nossa democracia. Será preciso ter muita dedicação e esforço para garantir direitos para as gerações futuras. Somos agentes deste momento crítico da história.”
Numa reflexão sobre a manutenção de um plano de governo tão impopular como o do governo Bolsonaro, a ex-presidente da Caixa Maria Fernanda Coelho lembrou da importância dos sindicatos como espaço de expressão dos trabalhadores para combater a gana do mercado financeiro, que visa cada vez mais o lucro em detrimento do ser humano.
Para o presidente o Sindicato, Kleytton Morais, a posse dos delegados e delegadas sindicais é o norteador das lutas dos bancários. “É um elemento fundamental para nos dar uma luz e uma direção que é do engajamento de cada um dos trabalhadores nos seus locais de trabalho. Precisamos esperançar todos os dias para que a aurora que se anuncia seja de vitória. Mas, para que isso ocorra é necessária a participação efetiva de cada uma e de cada um. Com muita unidade e disciplina, teremos competência e capacidade para vencer os desafios e navegar em mares mais serenos.”
Comemoração
Kleytton aproveitou a oportunidade para festejar o Dia dos Bancários. “Este dia 28 é de muita felicidade, mas sobretudo um momento para reforçar a nossa esperança e nossa luta por uma sociedade mais justa, fraterna e igualitária, dando assim nossa contribuição para este mundo.”
Nesta data se comemora ainda os 36 anos de existência da Central Única dos Trabalhadores (CUT), entidade que sempre lutou contra os ataques à classe trabalhadora, como bem lembrou o presidente da CUT Brasília Rodrigo Britto. “É bom comemorar estes momentos na companhia daqueles que se sentem indignados e lutam por seus direitos e por uma sociedade mais justa.”
Desafios
“Temos que lutar sempre para manter nossa classe informada e não termos medo de nos unirmos. Essa é a importância da função de um delegado sindical e de um sindicato tão forte como é o Sindicato dos Bancários de Brasília.”
Josué Meneses, delegado sindical do Banco do Brasil
“Uma das maiores funções dos delegados sindicais é educar e criar consciência de comportamento de grupo para que se possa sobreviver neste momento.”
João Alexandre, delegado sindical do Banco do Brasil
“Temos que nos unir para fazer frente a este governo de desmonte, para manter nossos empregos com dignidade e cuidar da nossa família também com dignidade. Vamos à luta.”
José Hugo, delegado sindical da Caixa
“Os desafios para ser delegado sindical nesta conjuntura é mobilizar os colegas, pois eles não têm tanto interesse em se envolver na luta dos trabalhadores.”
Carolina Castro, delegada sindical do BRB
“Precisamos conscientizar as pessoas de que elas estão sendo vilipendiadas, que os direitos delas estão sendo tirados. As pessoas ainda não entenderam o que está acontecendo. Temos que lutar senão não conseguiremos nada.”
Jorge Martins, delegado sindical do BB
Fonte: SEEB/Brasília - Da redação