No dia (1º) em que o Pará atinge o ‘número’ de 5.004 óbitos pelo novo coronavírus em todo o estado (pouco mais de 1900 só na capital), restaurantes de Belém, com exceção das ilhas, reabrem, após determinação da prefeitura municipal. Salinópolis se prepara para o veraneio e receber turistas já no primeiro final de semana de julho, seguindo as recomendações da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
“O próprio governo reconhece que a capital vem apresentando tendência de queda na curva de contágios na Região Metropolitana de Belém, mas a doença segue em expansão pelo interior do Pará, corroborada por estudos da Universidade Federal Rural da Amazônia. Relaxar nas regras de isolamento social, para retomar a economia, é brincar de roleta russa com vidas, que não são números, porque contar com o bom senso da população é enganar a si mesmo, prova disso é a taxa de isolamento social no estado”, destaca o presidente do Sindicato, Gilmar Santos.
Na terça-feira (30), o Pará ocupou a 21ª posição no ranking nacional de isolamento social, com taxa de 38,26% de pessoas em casa. A capital paraense apresentou 39,42%. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup).
“Não somos especialistas na área de saúde ou sociólogos, mas temos empatia com nós mesmos, nossos familiares e amigos e, com a nossa categoria que faz parte da linha de frente no atendimento dos serviços bancários essenciais à população. Já perdemos 19 colegas em todo o Pará, que tivemos conhecimento, com certeza esse balanço deve ser maior, e por eles e todos os profissionais que fazem parte da linha de frente, não basta o Governo do Pará querer contar apenas com o bom senso das pessoas para frear a curva de contágios no estado. O isolamento é difícil para todo mundo, para uns piores, outros nem tanto, mas todos sofrem de alguma forma e só aguenta ficar em casa primeiro quem pode e segundo quem tem empatia”, afirma a vice-presidenta da entidade, Tatiana Oliveira.
Segundo levantamento do Sindicato dos Bancários, até 16 de junho, 19 bancários e bancárias morreram da covid-19 em todo o Pará.
Desse total, 16 eram homens e 3 mulheres, 9 estavam na ativa e 10 aposentados.
Leia também: Covid-19: Categoria relata sobre as dificuldades de atendimento no interior
As cidades com maior registro de desobediência à recomendação de ficar em casa e com baixo índice de isolamento foram Abel Figueredo (22,4%), Palestina do Pará (26,3%) e Nova Ipixuna (29,1%). Já as que alcançaram melhores índices foram Chaves Nova Esperança do Piriá (65,9%), Anajás (51,4%) e Afuá (50,4%).
Em Belém, incluindo os distritos, os bairros com as maiores taxas de pessoas em casa foram: Souza (61,9%), Val-de-Cães (58,3%) e Paracuri (48,1%). As piores taxas foram em Curió-Utinga (14,3%), São Francisco (20,8%) e Maracacuera (24,3%).
Da Região Norte, o Pará tem o maior número de óbitos novos (40), óbitos acumulados (4960), casos acumulados (105.853) e casos novos (2.647), segundo dados do Ministério da Saúde atualizados nesta quinta-feira (2).
Para ver o balanço completo em toda a Região Norte clique aqui
“Discordamos das aberturas promovidas pelo governador Helder Barbalho, inclusive porque a realidade do país é muito distinta e na Região Norte o quadro é gravíssimo, conforme tabela abaixo do Ministério da Saúde”, avalia a dirigente sindical, Vera Paoloni.
Um levantamento feito pelo G1 mostra dados atualizados de ocupação das UTIs em cada estado do país, o número de testes realizados para detecção da Covid-19 e o total de pacientes recuperados da doença no Brasil.
Taxa de ocupação de leitos de UTI
Com base no levantamento do G1, entre os dias 27 de junho e 1º de julho, o Pará está com 65,95% dos leitos ocupados em todo o estado. Ficando atrás dos estados (ordem decrescente na taxa de ocupação): Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Rondônia, Acre, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, Roraima, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
Acre – 89% em todo o estado em 30/6
Alagoas – 79% em todo o estado 1º/7
Amapá – 40,7% na rede pública e 36,73% na rede privada em todo o estado em 29/6
Amazonas – 45% em UTI Covid e 64% em UTI geral em todo o estado em 1º/7
Bahia – 79% em todo o estado em 1º/7
Ceará – 76,98% em todo o estado em 1º/7
Distrito Federal – 73,2% na rede pública e 80,5% na rede privada em 1º/7
Espírito Santo – 80,45% em todo o estado em 30/6
Goiás – 85% dos leitos de gestão estadual em todo o estado em 1º/7
Maranhão – 71,49% em todo o estado em 1º/7
Mato Grosso – 92,9% em todo o estado em 1º/7
Mato Grosso do Sul – 39% em todo o estado em 1º/7
Minas Gerais – 88% em todo o estado em 30/6
Pará – 65,95% em todo o estado em 27/6
Paraíba – 60% em todo o estado em 1º/7
Paraná – 65% em todo o estado em 1º/7
Pernambuco – 74% em todo o estado em 1º/7
Piauí – 73,5% em todo o estado em 1º/7
Rio de Janeiro – 70% na rede pública e 67% na rede privada em todo o estado em 26/6
Rio Grande do Norte – 94% na rede pública e 92% na rede privada em todo o estado em 1º/7
Rio Grande do Sul – 72,3% em todo o estado em 1º/7
Rondônia – 89,5% em todo o estado em 1º/7
Roraima – 78% em todo o estado em 29/6
Santa Catarina – 67,2% do sistema público em todo o estado em 1º/7
São Paulo – 64,4% em todo o estado em 1º/7
Sergipe – 73,4% na rede pública e 126,4% na rede privada em todo o estado em 30/6
Tocantins – 61,54% dos leitos ocupados em 19/6
Desde o mês de fevereiro, quando foram registrados os primeiros casos oficiais da pandemia no Brasil, pesquisadores da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) vêm desenvolvendo estudos para entender o comportamento da doença no estado do Pará.
Assim como previu o estudo, as microrregiões de Belém e Castanhal vêm apresentando tendência de queda na curva de contágios confirmados desde o final de abril e o estado do Pará como um todo também começa a apresentar um comportamento de queda. No entanto, a doença segue em expansão em algumas microrregiões do estado.
Em todos os boletins e relatórios publicados pela Ufra, a equipe reafirma, ainda, a necessidade de se manter o distanciamento social como medida fundamental para o controle da pandemia e um eventual retorno à “normalidade”. A universidade recomenda a permanência de todos os cuidados individuais e coletivos à sociedade paraense, conforme orientações da OMS, para evitar novas ondas de contágio.
Fonte: Bancários PA com Ministério da Saúde, G1 PA, Sespa, Consórcio de Veículos de Imprensa e Ufra