O ministro da Economia, Paulo Guedes, quer liquidar de vez com o regime de trabalho vigente no país e inaugurar o tempo do regime de contratação por hora trabalhada, acabando com o salário mensal. Se o projeto for realizado, todos os trabalhadores do país serão precarizados, como os entregadores dos aplicativos.
Segundo o jornalista Antonio Temóteo, do UOL, o governo deve enviar ao Congresso Nacional uma proposta para criar o regime de contratação por hora trabalhada. Seria definido um valor mínimo por hora trabalhada, com base no salário mínimo, mas pode haver uma regulação “selvagem”, sem qualquer garantia para os trabalhadores.. Hoje já existe o trabalho intermitente, pago por hora, resultante da reforma nas relações de trabalho inaugura no governo Temer, depois do golpe contra Dilma Rousseff.
A ideia de Guedes é que o regime de hora trabalhada acabe com direitos como férias remuneradas, 13º salário e FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Entretanto, técnicos da equipe econômica têm alertado que esses benefícios são constitucionais, e a proposta dificilmente será aprovada no Congresso. Para os técnicos, os valores de férias, 13º e FGTS devem ser calculados proporcionalmente, com base nas horas trabalhadas.
O governo Bolsonaro tem se notabilizado em nível internacional por agraciar os donos do dinheiro, com medidas que acabam com obrigações trabalhistas, criam facilidades fiscais e estabelecem a promiscuidade ambiental, enquanto arrocha os assalariados e as camadas mais pobres da população.
Vai ser preciso muita luta e mobilização dos movimentos sociais para derrubar o projeto que acaba com o salário mensal, pois até mesmo setores que se opõem a Bolsonaro no plano político, se unificam quando se trata de cortar direitos dos trabalhadores e extinguir políticas públicas.
Fonte: Brasil247