Para os bancos, parece que a pandemia já acabou. Não interessa a segurança de bancários e de clientes, obrigados a se submeterem à situação de alto risco de contágio nas unidades bancárias. As consequências tendem a ser muito graves e os responsáveis pelo que está acontecendo parecem pouco preocupados.
O alerta é feito pelo Sindicato a partir de informações e dados colhidos por seus dirigentes durante o trabalho de fiscalização ao longo desta semana. “O que se viu foi a inobservância dos protocolos de controle e prevenção do contágio pelo coronavírus nas unidades, não respeitando nem os bancários nem os clientes”, diz Vanessa Sobreira, secretária de Saúde da entidade.
Bancários sem teste em dependências com casos confirmados
Mesmo após a confirmação de um caso de Covid-19 na agência Recanto das Emas do BB, o banco se recusou a fazer a testagem dos demais funcionários da dependência. Na Caixa, a aglomeração de pessoas faz parte da rotina das unidades. Nas salas de autoatendimento de todos os bancos, há número excessivo de pessoas.
“Nesta terça-feira, foi realizado um protesto na agência Recanto das Emas do BB (foto abaixo) para cobrar a testagem de todos os funcionários, mas o banco se mostrou irredutível no seu desprezo em relação à saúde e à própria vida dos trabalhadores”, diz Wadson Boaventura, secretário de Saúde e Condições de Trabalho da Fetec-CUT/Centro Norte.
Os dirigentes sindicais Zezé Furtado e Rodrigo Britto em agência do BB no Recanto das Emas
Aglomeração dentro das agências e ausência de máscaras
Para o diretor de Relações com a Comunidade do Sindicato, Antonio Abdan, “na Caixa o protocolo já foi mais rígido, mas o que se observa hoje é uma quantidade maior de clientes dentro das agências. E nas áreas administrativas o home office está acabando”.
Além da falta de triagem dos usuários para limitar o número de pessoas dentro das agências, da redução do home office e da recusa à testagem dos bancários e bancárias quando da ocorrência de caso de Covid-19 na unidade, os bancos estão deixando também de cobrar o uso de equipamentos de proteção individual, os EPIs.
Está se tornando corriqueiro encontrar pessoas trabalhando sem máscara nas unidades bancárias, especialmente nas dependências administrativas.
Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília