Reunidos nesta segunda-feira (10), em regime de urgência e a convite da Fenae, integrantes do movimento sindical e associativo dos empregados da Caixa debateram e formularam estratégias de articulação com os parlamentares do Congresso Nacional para barrar a MP 995.
Resultado dessa mobilização pode ser vista em parte das emendas contrárias à proposição do Executivo, cujo prazo para serem protocoladas se encerra nesta segunda – até agora foram mais de 260 emendas. “O prazo exíguo à apresentação das emendas exigiu-nos esforço concentrado na interlocução com os parlamentares e assessorias, com vistas a esclarecer, com o máximo de informações possíveis, o golpe que o governo pretende dar ao querer abrir mão e privatizar ativos importantes da Caixa”, explica a Secretária Geral do Sindicato e coordenadora da Comissão de Empregados da Caixa, Fabiana Uherara.
A MP foi editada pelo presidente Jair Bolsonaro no último sábado (8).
“Totalmente descabida e sem obedecer a quaisquer critério de urgência, a MP 995 é um total acinte ao interesse público e ataque à Caixa Econômica Federal. Por isso, precisamos ser céleres na resposta. Nestes termos, a partir do conjunto de emendas propostas pela Fenae, buscaremos ampliar e construir uma frente ampla em defesa do banco estatal, e para tanto conversaremos com os parlamentares do DF, buscando apoio contra a MP, reafirmando assim a importância da permanência da Caixa 100% pública, instrumento necessário para a garantia do crédito e do investimento”, destaca o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.
Nesta terça-feira (11), os líderes da Minoria e Oposição na Câmara, José Guimarães (PT-CE) e André Figueiredo (PDT-CE), protocolaram ofício ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), solicitando a devolução da MP 995. Se mantida por Alcolumbre, a MP enfrentará resistência para votação na Câmara.
O ofício também é assinado pelos líderes dos partidos Ênio Verri (PT), Alessandro Molon (PSB), Wolney Queiroz (PDT), Fernanda Melchionna (PSOL), Perpétua Almeida (PCdoB) e Joenia Wapichana (REDE); e pelo líder da Minoria no Congresso, deputado Carlos Zarattini (PT).
A MP 995 permite à Caixa Econômica Federal criar novas subsidiárias, inclusive pela incorporação de ações de outras sociedades empresariais. Elas também poderão adquirir o controle societário ou participação societária minoritária em sociedades empresariais privadas.
Da Redação