Em mais uma rodada de negociação entre o Sindicato e o BRB, realizada nesta segunda-feira (18) por videoconferência (foto acima), temas importantes para os funcionários do banco foram debatidos entre os representantes das duas instituições.

Após conversa sobre a situação do banco e o cenário atual, o diretor do Sindicato Ronaldo Lustosa apresentou ao coordenador da mesa de negociação por parte do BRB, Dannyel Lopes de Assis, uma lista de reivindicações importantes sobre questões levantadas pelo Sindicato junto a agências, delegadas e delegados sindicais e demais funcionários da instituição financeira, que prontamente as acatou. São elas:

• Que qualquer retorno ao trabalho seja negociado em mesa com o sindicato
• Que medidas relativas à proteção e ao direito dos bancários sejam tratadas em mesa, negociadas e implementadas a partir de acordos
• Contratação de mais funcionários
• Liberação de retestagem da Covid-19
• Reforço especial de desinfecção dos locais contaminados por Covid-19, devido aos relatos de limpeza insatisfatória ou precária
• Cobrar das empresas contratadas a testagem dos seus funcionários
• Suspensão da exigência de complemento de hora de descanso, no caso de hora extra dos caixas.

Em relação à retestagem, a gerente da Gevit, Karina Bruxel, informou que será realizada para as agências onde ocorrerem casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Nos casos em que o funcionário passar de 6 horas trabalhadas, geralmente em situação de hora extra, a gerente da Geapi, Karoline Vieira, informou que vai reforçar a comunicação com os gestores, para que não ocorram equívocos, como a exigência de complementação de hora de intervalo.

“A retestagem é uma solicitação que temos recebido constantemente do corpo funcional, sendo importante para trazer tranquilidade ao ambiente de trabalho. E a testagem dos funcionários das empresas contratadas, de segurança e limpeza, por exemplo, também vai gerar maior segurança”, considera o diretor do Sindicato Alexandre Assis.

Situação da agência Brazlândia

Outro ponto debatido foi a situação da agência 283, de Brazlândia, que fica nos fundos de um hospital. De lá vieram relatos sobre profissionais de saúde utilizando as mesmas roupas que no hospital onde estariam atendendo pessoas com Covid-19. Também chegaram ao Sindicato denúncias de pressão excessivas para cumprimento de metas, impactando negativamente na vida do trabalhador em cenário de estresse devido à pandemia, e solicitações de informações de unidades com suspeita ou caso confirmado de Covid-19 para fiscalização.

“Recebemos denúncias de que os superintendentes regionais estão pressionando os gerentes e, de forma assediadora, ameaçando com retirada da função em caso de baixo desempenho”, relata o diretor do Sindicato Daniel de Oliveira.

O único ponto negado pelo banco foi o fornecimento de EPI de proteção facial para quem solicitasse, sob a justificativa de que isso não seria necessário devido às medidas de segurança já adotadas, conforme parecer da médica do banco e médica da clínica BRB.

Acordo de PLR

Outro ponto que estava aguardando deliberação era a renovação do acordo de PLR. O banco acatou a solicitação do Sindicato de manter o modelo atual sem mudanças, principalmente pela gravidade do cenário em que se encontra a sociedade.

“Trata-se de negociação extremamente importante para todos os trabalhadores do BRB, reforçando a luta pela proteção dos funcionários em temas sensíveis, principalmente na questão sobre um futuro retorno ao trabalho ter que ser negociado, aliviando um pouco a preocupação de todo o corpo funcional, particularmente o grupo de risco, ainda mais em um cenário de pressão do governo federal sobre o governo local, que cada dia ganha novos capítulos”,  afirma o diretor Ronaldo Lustosa. E complementa “Com o gesto muito positivo do banco sobre a questão da PLR, podemos afirmar que foi uma excelente negociação.”

Benefício de R$ 408 do GDF e Prato Cheio

Na reunião também foi colocada a questão do programa Renda Emergencial, que dará um auxílio de R$ 408 a 28 mil pessoas de baixa renda, e o Prato Cheio, ambos do Governo do Distrito Federal. No caso do Prato Cheio, o benefício é de R$ 160 (cesta básica) e R$ 90 (pão e leite), num total de R$ 250, para uso restrito em estabelecimentos alimentícios. O cartão pré-pago do Prato Cheio não estará habilitado para a função saque.

O banco informou que serão em torno de 58 agências e as 3 lojas do BRB Mobilidade atendendo os beneficiários dos programas e que haverá reforço de funcionários da BRB Serviços, empresa do conglomerado BRB, para organização das filas e sanar dúvidas. A expectativa é de um aumento de 100 a 150 atendimentos ao dia, e tanto a Gered quanto a Celog analisaram a quantidade de funcionários necessários para o atendimento, visando a disponibilização adequada da força de trabalho.

Com essas informações, o Sindicato, analisando o que ocorreu em outros bancos na liberação de auxílio de outros programas, solicitou informações da situação da força de trabalho das unidades e trouxe à mesa a solicitação de estudo para descentralização do atendimento, dando como sugestão a possibilidade de uso do Centro de Convenções Ulisses Guimarães ou o Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade, por exemplo, o que poderia viabilizar a diminuição do fluxo nas agências.

“Fizemos essa proposta ao GDF, tendo em vista a situação do pagamento do auxílio emergencial aprovado pelo Congresso Nacional, para descentralização do atendimento usando outros ambientes, visando a segurança tanto dos beneficiários quanto das bancárias e dos bancários, pois possibilitaria diminuir a pressão nas agências, evitando assim aglomerações e tumultos”, informa Ronaldo Lustosa.

O banco informou que vai estudar a proposta, e também reforçou a importância do BRB no cenário atual, como braço do Estado no atendimento da população de Brasília, através dos programas lançados tanto pelo banco como pelo governo.

A próxima mesa de negociação está marcada para a quarta-feira (20).

Participaram na negociação pelo Sindicato os diretores Ronaldo Lustosa (coordenador), Alexandre Assis e Daniel Oliveira. Pelo BRB, participaram Dannyel Lopes de Assis (corrdenador) e as gerentes Karina Bruxel (Gevit) e Karoline Vieira da Cunha (Geapi).

Da Redação