Escrito por: Igor Carvalho - CUT
Na noite desta quarta-feira (30), a presidenta eleita Dilma Rousseff participou do encontro que celebrou os 30 anos de políticas para mulheres da CUT, realizado em São Paulo, na sede nacional da Central.
Durante seu discurso, a presidenta falou da importância de sua eleição para as mulheres brasileiras. “Eu pude demonstrar que nós podemos. Cada uma de nós tem o poder de ser. As mulheres da CUT decidiram em 1986 que podem e são protagonistas de sua luta”, afirmou Dilma.
O encontro foi mediado pela secretária nacional da Mulher Trabalhadora da CUT, Junéia Martins Batista, e contou com a participação da ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menecucci; a vice-presidenta da Central, Carmem Foro; e o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas.
Abrindo o evento, Juneia lembrou a história da participação das mulheres na construção da maior central sindical da América Latina. Para a dirigente, sem a participação feminina, o sindicalismo não teria tido tantas conquistas para a classe trabalhadora.
“Assim seguimos, tecendo a luta no dia a dia, afinal, como diz a poeta Elisa Lucinda: é do cotidiano que as mulheres extraem sabedoria. A história das mulheres da CUT é uma história muito linda. É uma história que serve de exemplo para o mundo e que só aconteceu porque tivemos a emergência do novo sindicalismo. Um sindicalismo que se forja na luta contra a ditadura militar. Um sindicalismo comprometido com a liberdade, a igualdade e a democracia, num momento em que tínhamos a ascensão dos movimentos sociais e populares e do movimento feminista”, afirmou Junéia.
Carmen saudou a presença de Dilma no encontro Cutista e falou da trajetória feminina dentro da Central. “A história das mulheres da CUT é uma história de ousadia e rebeldia. Hoje, temos oito presidentas de estaduais da CUT”, finalizou.
Eleonora Menicucci homenageou Dilma, afirmando que “foi uma honra ter sido ministra dessa mulher” e lembrou da contribuição das mulheres sindicalistas para a luta feminista no País.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, lembrou o atentado à democracia que levou Michel Temer à presidência. “A companheira Dilma representa a resistência do povo brasileiro ao golpe. Há, nesse golpe, um evidente preconceito de gênero.”
Para o dirigente Cutista, é preciso distinguir as mulheres na luta por melhores condições de trabalho. “A CUT entende que a questão de classe é fundamental para entender a sociedade. Sabemos que a classe trabalhadora sofre, mas que as mulheres trabalhadoras são mais exploradas e as mulheres negras trabalhadoras ainda mais”, alertou Vagner Freitas.