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17 de Maio de 2022 às 08:08

Debate de conjuntura inaugurou a 17ª Conferência Bancária do Pará


Preparados para a luta por mais conquistas? Pois começou a jornada bancária rumo à Campanha Nacional 2022, nos 30 anos da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria, que ainda hoje se mantém como a única convenção nacional de um ramo da classe trabalhadora brasileira, envolvendo centenas de sindicatos e empregadores.

Na noite desta sexta-feira 13, a categoria paraense se reuniu virtualmente na 17ª Conferência Estadual Bancária, que iniciou sua programação com debate sobre conjuntura, com as presenças da presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional das Bancárias e Bancários, Juvândia Moreira, e da cientista política paraense e doutoranda da Unicamp, Karol Cavalcante.

“Analisar a conjuntura, a correlação de forças políticas na sociedade e a agenda de lutas que teremos ao longo da nossa Campanha Nacional é fundamental para orientar nossa organização e mobilização em defesa dos nossos direitos. Nossa CCT completa 30 nos em 2022, um ano histórico para o Brasil e para a categoria bancária, pois estamos em ano de eleição, ainda em pandemia de Covid-19, mas com a esperança de reconstruir a democracia com participação popular. Vamos à luta, com unidade e resistência”, destaca a presidenta do Sindicato dos Bancários do Pará, Tatiana Oliveira.

O cenário político de 2022

Karol Cavalcante, que pesquisa sobre financiamento em campanhas eleitorais, iniciou a mesa de conjuntura com a afirmação de que 2022 será um ano decisivo para retomada da democracia no Brasil.

Isso porque, em sua avaliação, a nova república encerrou seu ciclo com o golpe de 2016, no processo de impeachment de Dilma Rousseff. Hoje o Brasil possui 32 partidos e um sistema eleitoral fortemente personalista, onde os eleitores votam em pessoas e não em propostas, o que fragiliza nossa política.

Ela critica o fato de o Brasil ter hoje 252 deputados representantes do agronegócio no Congresso, em um país de maioria populacional urbana, assim os milhões recebidos pelos congressistas através de emendas parlamentares e, principalmente, do orçamento secreto no Governo Bolsonaro.

“A virada histórica não se encerra com o resultado eleitoral, temos uma crise política que precisa avançar com uma nova maioria política nas casas legislativas: Câmara e Senado. Nunca os parlamentares tiveram tanto poder de agenda como na atualidade. Cada um recebe 15 milhões por ano em emendas parlamentares, sem contar o orçamento secreto, que vem na contramão da frágil democracia brasileira”, afirma.

Karol Cavalcnte acredita que teremos eleições muito acirradas no Brasil, mas não tem certeza sobre o que pode acontecer após as eleições diante das constantes ameaças do atual governo federal ao processo eleitoral e ao sistema de voto eletrônico.

A Campanha Nacional Bancária nesse contexto

Juvândia Moreira elencou 2 fatos centrais nessa conjuntura: as eleições e a Campanha Nacional Bancária. Para ela, as eleições vão decidir o futuro de um Brasil onde a inflação chega à casa do­­s 11%, a fome e a miséria estão presentes para milhares de brasileiros, as relações e contratos de trabalho estão precarizados em virtude da reforma trabalhista iniciada com Temer e aprofundada com Bolsonaro, onde o emprego e os direitos trabalhistas seguem sob constante ameaças.

A presidenta da Contraf-CUT pediu a participação da categoria paraense na consulta da minuta nacional, dos comitês de luta popular e das brigadas digitais da CUT, que é uma ferramenta sindical para combater as Fake News.

“Temos que ter mobilização para ter conquistas, o debate sobre o índice de reajuste da Campanha será aprovado na Conferência Nacional, mas o tamanho do índice não é sinônimo de tamanho de conquista, tudo é correlação de forças. Nós passamos por um golpe no país, com um projeto de redução do estado e de direitos, basta olhar para a reforma trabalhista. A nossa mesa única se mantém como uma estratégia acertada, e a unidade nacional da categoria tem sido fundamental para mantermos conquistas. O golpe acabou com a ultratividade dos acordos coletivos e, portanto, o tamanho das nossas conquistas será o tamanho da nossa organização e luta, da nossa resistência”, ressaltou Juvândia Moreira.

Após os debates com os participantes, o primeiro dia da Conferência Bancária do Pará encerrou com uma homenagem ao ex-dirigente do Sindicato dos Bancários do Pará, Saulo Araújo, falecido em 2021. Todos e todas manifestaram no chat da sala virtual a palavra de ordem “Saulo, presente!”.

 

Fonte: Bancários PA


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