Brasília - Os bancários do Banco do Brasil estão vivendo uma verdadeira volta ao passado. Repetindo uma prática contumaz de sua política de gestão liberal da década de 90, a instituição solicitou o retorno de bancários que estão em licença-interesse e suspendeu a concessão de novas licenças. Existem atualmente cerca de 2.100 bancários em licença interesse na empresa.
Em comunicado enviado aos funcionários, o BB se limita a dizer que se trata de uma “decisão administrativa” com o objetivo de ocupar as vagas existentes. O banco não tem concurso vigente e por isso os funcionários vêm sofrendo com sobrecarga de trabalho e reestruturações.
No texto, o banco diz ainda que o bancário em licença-interesse deverá se apresentar até o dia 22 de novembro em seu local de trabalho. E ameaça: “Caso não compareça para posse, suas ausências a partir de 25/11/2019, serão classificadas como ‘falta não abonada não autorizada, o que poderá incorrer em abandono de emprego, passível de demissão por justa causa (alínea I do artigo 482, da CLT)”.
“A licença interesse é um importante direito dos bancários, além de uma ferramenta eficaz na área de gestão de pessoas. Permite que o funcionário possa se dedicar ao aprimoramento profissional e pessoal em período integral, sem o recebimento de remuneração, e voltar para a empresa com mais qualificação. Percebemos uma guinada negativa na política de pessoal da empresa, com predominância de ações voltadas para punir, prejudicar o bancário e suprimir direitos. Alterar a licença-interesse não é a medida mais eficaz para o preenchimento das vagas existentes. Se faz urgente a necessidade de um concurso para resolver o problema da falta de funcionários e sobrecarga de trabalho”, critica o diretor do Sindicato Rafael Zanon, representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB).
Fonte: SEEB/Brasília - Da Redação