Belém PA - Nessa sexta-feira, 9 de setembro, o Comando Nacional dos Bancários e Bancárias voltou a reunir com a Fenaban, em São Paulo, para retomar as negociações em torno da Convenção Coletiva de Trabalho da categoria. A proposta apresentada pelos banqueiros de 7% de reajuste e abono de R$ 3.300,00 foi rejeitada em mesa pelo Comando, que orienta manutenção e fortalecimento da greve em todo país.
Mais uma vez a proposta dos banqueiros não cobre, sequer, a inflação do período, já que o INPC de agosto fechou em 9,62%, e representa uma perda de 2,39% para cada bancário e bancária. A proposta anterior, apresentada no dia 29 agosto, foi de 6,5% de reajuste e abono de R$ 3 mil e quase não houve mudanças.
Nova rodada de negociação ficou agendada para a próxima terça-feira, 13 de setembro, às 14 horas, em São Paulo.
“Reafirmamos aos banqueiros que não aceitamos proposta de perdas salariais e nem de abono que não repercute nos salários. Queremos valorização de verdade, como ganho real nos salários, mais contratações, fim das terceirizações e garantia de direitos da categoria no que diz respeito a melhores condições de trabalho, saúde, previdência, segurança, dentre outros. Seguiremos fortalecendo a greve, pois só a luta nos garante conquistas”, afirma o diretor do Sindicato, Gilmar Santos, que está em São Paulo para participar da negociação com a Fenaban.
Greve fortalecida – A categoria bancária no Pará atendeu à orientação do Sindicato e fortaleceu a greve no dia de hoje em todo estado. O balanço de greve, desta sexta, aponta 346 unidades de bancos públicos e privados dentro do movimento paredista, o que corresponde a aproximadamente 69% das agências bancárias paraenses.
Destaques de mobilizações no dia de hoje ficaram para o ato público em frente à matriz do Banco da Amazônia, que unificou todos os seguimentos de trabalhadores da empresa: Técnicos Bancários, Quadro de Apoio e Técnicos Científicos, principalmente os Engenheiros; a adesão de 100% das agências de bancos privados de Belém ao movimento de greve; a mobilização de convencimento no edifício sede da Caixa e a forte greve no Banpará que já atinge 70% do funcionalismo em todo estado.
Destaque também para o crescimento da greve em Abaetetuba, Breves, Castanhal, Marabá, Novo Repartimento, Óbidos, Ourilândia do Norte, Santarém, São Miguel do Guamá e Xinguara.
“A união de todos os setores da classe de trabalhadores e trabalhadoras do país é importante nesse momento em que nossos direitos estão sendo ameaçados por esse governo golpista, por isso a nossa luta vai além da nossa pauta de reivindicações. A mesma minuta também contempla clientes e usuários que diariamente buscam atendimento nas agências. Convocamos mais uma vez os colegas que ainda não aderiram ao movimento que façam isso o quanto antes, pois a greve se faz do lado de fora da agência. Vem pra greve!”, chama a presidenta do Sindicato e empregadado BB, Rosalina Amorim.
Assembleia de hoje com roda de samba – Nessa sexta-feira, encerramento da primeira semana de greve, estaremos reunidos em assembleia, às 17 horas, na sede do Sindicato, para avaliar o movimento paredista no estado e organizar nossas estratégias de luta para a próxima semana.
Após a assembleia teremos uma roda de samba para revigorar nossa unidade e seguirmos firmes na luta em defesa de emprego, salários e direitos.
Mesas específicas – Na próxima segunda-feira (12) estavam previstas mesas de negociação específica com Banpará e também com o Banco da Amazônia, ambas às 10h, em Belém. Porém, ambas as instituições financeiras avaliam mudança de data das reuniões, devido a nova rodada da Fenaban com o Comando Nacional na próxima terça (13).
O Comando também cobra a retomada das negociações e resposta para as reivindicações específicas dos trabalhadores e trabalhadoras do Banco do Brasil e da Caixa.
“Teremos o final de semana para dar uma pausa e voltarmos com tudo na segunda fortalecendo os piquetes, logo cedo, em todos os bancos. Vamos resistir e lutar até que sejamos atendidos em nossas demandas”, destaca o diretor da Fetec-CUT/CN e empregado do Banco da Amazônia, Ronaldo Fernandes.
Fonte: Bancários PA